domingo, 13 de junho de 2010

DECEPÇÃO - UM MOMENTO DE REFLEXÃO

UM GRUPO DE MARCHANTES. AQUI AINDA RESIDIA A ALEGRIA E A ESPERANÇA DE UMA BOA CLASSIFICAÇÃO
Recebi às 12,30 horas, um telefonema de um futebolbenfiquista que vive no Canadá, João Mouzinho, a felicitar-me pela excelente Marcha que apresentámos na Avenida. Emocionado e de quem vive há distância o acontecimento, lá me foi dizendo que gostou imenso e que louvava o trabalho realizado. Nessa altura já sabia a classificação da nossa Marcha, mas vendo o entusiasmo do Mousinho não tive coragem de revelar. Por cobardia ? Não! Não quis esmorecer o entusiasmo de um homem ausente, que sentiu e viveu a alegria de ver algo da sua cultura e com orgulho se manifestou. Ora, este entusiasmo do "Mousas" como os amigos o tratam, leva-me a um comentário acerca da frustração de momento e aquilo que sempre pensei em termos de marchas populares. Eu sei que a vida é feita de mutações, mas as marchas populares, como o regulamento determina é uma recriação ao passado, por isso não aprecio, nunca apreciei e obviamente sempre discordei desta forma de organizar as festas da cidade, sobretudo desde o momento que se imprimiu uma componente competitiva que naturalmente tem descaracterizado as marchas. E há uma situação que para mim me parece incompreensível, isto é, tratando-se de uma festa, de uma actividade cultural, porque razão não se procura outro modelo que retire exageros de apreciação, os quais causam desavenças entre os bairros, entre as pessoas e são contrários aos efeitos que se procura atingir quando se organiza uma festa. Também por outro lado é um facto que um grupo de pessoas, com formação diferente, bastante heterogénea, compreenda no seu todo os vários factores determinantes para a classificação. Quero eu com isto dizer que existindo esta verdade insofismável a mesma devia servir como factor de integração social e não como um monte de frustrações ou como arremesso contra os outros com os mesmos problemas e com a mesma dedicação naquilo que empenhadamente fazem ao longo dos quatro meses de trabalho na preparação da festa (?), basta ler os blogues para compreender o que digo ou quero dizer com estas minhas palavras. Eu acompanho os marchantes da Marcha que ajudei a construir. Também me encontro frustrado com a classificação. Lembro-me das pessoas que apoiaram a Marcha com entusiasmo ao longo da Avenida, alguns é certo por fazerem alguma confusão com o SLB, mas outros muitos que gritando pela marcha de Benfica davam vivas ao FÓFÓ; lembro-me das pessoas que nos apoiaram nas ruas de Benfica e na Exibição na Junta; lembro-me do apoio recebido da Alexandra através do BLOGUE "RETALHOS DE BEM FICA" ; lembro-me do apoio da Junta de Freguesia e lembro-me ainda do apoio dos anónimos e da população do Bairro que naturalmente gostaria de ver o seu Bairro melhor classificado. No dia em que estive no Portugal no Coração, residia em mim uma esperança enorme numa boa classificação, não obstante isso, afirmei que classificar Marchas era aleatório, ou seja, dependia muito de várias circunstâncias nem sempre bem definidas. Não me enganei. A marcha de Benfica não merecia esta classificação que lhe atribuiram. Eu estive lá. Vi o entusiasmo com que fomos recebidos e saudados no Pavilhão Atlântico. Vi e vivi o desfile, com entusiasmo, com alegria, na Avenida. Não sei se alguma Marcha foi tão viva, tão alegre na Avenida como a nossa. Para quê? Para meia duzia de eruditos classificarem as marchas sem conhecerem a verdadeira razão da existência das mesmas e quase de certeza sem alguma vez terem visto um desfile ou uma exibição em tempo algum. Telefonaram-me e assisti à revolta, ao ajuntamento que em sinal de protesto os marchantes se reuniram nas nossas instalações.Tentei apaziguar as mágoas, a dor intensa que sentiam, fiz os possíveis para não fazerem comparações com os outros, mas a revolta, a frustação, abalou o coração daquela gente. Isto não é festa. Todos sabem que estou com eles. Eu sei que fomos injustiçados. BENFICA apresentou uma verdadeira Marcha, que representou a tradição do Bairro, como determina o regulamento. Se voltarmos às Marchas e se de mim depender vou borrifar-me para o Regulamento e apresentar uma Marcha de Fidalgos, de gente fina, de gente do alto. Que se lixe a tradição

1 comentário:

  1. Amigo Lau:

    Que a decepção não vos abata, pois, neste momento, o que interessa é reflectir e retirar ilacções do que se passou, como muito bem fez neste seu texto.

    Penso que se deveria ver com a EGEAC, de uma forma séria e de modo a clarificar o melhor possível, a questão do regulamento das Marchas e o que é ou não possível/viável.

    No que me diz respeito, posso, desde já, garantir-lhe que, em 2012, estarei à vossa disposição para ajudar na Marcha (a nível de desenho dos fatos, etc.).

    Abraço amigo e continuação de bom trabalho

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