quarta-feira, 16 de junho de 2010

DISCURSOS/OPINIÕES ESTAVAM PREPARADOS EM TRÊS DIMENSÕES

Portugal entrou em acção no Campeonato do Mundo de Futebol.
Houve quem pusesse a fasquia muito elevada, pensando que a equipa nacional iria passear e esmagar os seus adversários. O futebol de hoje não concebe vencedores antecipados, mas ainda há quem pense que o futebol mantem as diferenças de há 20/30 anos atrás em que quando o jogo começava já se sabia quem ia ganhar, a dúvida era saber por quantos. Tudo isto mudou, já não é assim. As equipas quer sejam de clubes ou de selecções estão hoje bem preparadas sob todos os aspectos, quer tecnicamente, quer fisicamente, quer tacticamente ou mesmo psicológicamente, por isso os primeiros resultados deste 1º campeonato do Mundo realizado em território africano têm causado alguma decepção a quem não relaciona os factos com as evidências. Para mim é tudo muito claro, o futebol de hoje é isto: equilibrio.
Apesar de tudo o que para trás está escrito tenho a certeza que aqui ou acolá vai acontecer um resultado desiquilibrado mas nada disso retira a razão ao meu pensamento, porque esta 1ª fase é demonstrativa de um maior equilibrio. Nada portanto até hoje me decepcionou neste campeonato. E mais: o equilibrio significa que as equipas se encaixem melhor umas nas outras e naturalmente as grandes jogadas, as jogadas de bom recorte tecnico vão acontecer com certeza mas escassas vezes e serão fruto de inspiração individual, porque o colectivo cada vez mais vai substituir o individualismo e essa é de facto a questão de momento que é deturpada pelos analistas, ou pseudo-analista, como prefiro chamar aos que comentam futebol. Raramente acontece ouvir da boca desta gente dizer que foi um bom jogo. Porquê? Porque entendem muito pouco de futebol e o jogo hoje é também jogado com inteligência e tratando-se de um jogo o importante é vencer e para isso é preciso argumentos sejam eles quais forem desde o momento que os mesmos não infringem as leis do próprio jogo. Não é em vão que se diz: antes quer jogar mal e ganhar os três pontos do que jogar bem e perder.
Os nossos comentadores tinham já delineado três discursos/opiniões programadas. Uma em caso de vitória; outra em caso de empate e outra para a derrota. Aconteceu que os discursos, as opiniões que por ai proliferam, como empatámos não são muito lisongeiras para Carlos Queiroz, mas também não são por enquanto muito agressivas. Mas se tivessemos perdido ? Cai o Carmo e a Trindade. O discurso/opinião estava preparado, como já está preparado para o jogo com a Coreia. Mas pergunto: Mas será que a Costa do Marfim não tem uma boa equipa? Mas a grande maioria daqueles jogadores que nos defrontaram não jogam nos principais clubes da Europa? Então porque razão sairam logo a terreiro os habitués a condenar o seleccionador, os jogadores e até toda a estrutura existente? PORTUGAL tem o valor que tem, é uma boa equipa, mas não é uma super equipa. Não desiludamos as pessoas, o povo, com falsas expectativas colocando a fasquia alta de mais, porque coitados de todos nós já basta de decepções que todos os dias vão acontecendo nas nossas próprias vidas, com a crise que assola muitos dos lares portugueses.
Para terminar, quero aqui deixar o meu prognóstico quanto ao vencedor e o ordenamento das equipas corresponde ao favoritismo que lhes atribui; Argentina, Brasil, Alemanha, Inglaterra e Espanha. Tenho a convicção que o campeão do Mundo sairá deste grupo ... é verdade que este será o prognóstico de 99% dos entendidos do futebol, mas aqui fica a minha previsão. Se PORTUGAL surpreender-me é bom, fico contente naturalmente e seria um bom motivo de orgulho para o País, como é quando qualquer português se destaca noutras áreas, quer desportivamente ou intelectualmente.

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