terça-feira, 17 de abril de 2012

A RUA

Interligar observações que se produzem numa circunstância qualquer, em conversa com um amigo, é interessante porque  por mais paradoxal que pareça há conteudos desprendidos de qualquer contexto que não seja apenas e só o circunstancial, que reflectem as teias que a vida nos apresenta.

Numa noite, com um amigo, dizia-lhe: Ainda não são oito horas (vinte horas) e já não se vê ninguém na rua. Diga-se que esta conversa se passava no período do Carnaval. O meu amigo respondeu-me, pois não, as pessoas têm medo de andar na rua, não se vê um policia, concluia ele. E eu não me fiquei, porque tenho uma visão mais avançada dos acontecimentos e respondi-lhe: Não, não é isso que se passa, o facto é que as ruas agora são para os desprotegidos, porque os poderosos não precisam da rua para nada. Comemoram os acontecimentos e divertem-se em condominios fechados. E este meu amigo concordou comigo. E eu ainda acrescentei assim: A esta hora quantas festas não estarão programadas para festejar o Carnaval em privado?

A rua deixou de ser um local de prazer e de alegria. Existe porque existe e porque é necessária para os poderosos se deslocarem se não também não existia. E eu conclui,  dizendo-lhe: adormeceram esta gente. Esta gente vive triste, sem chama, sem gosto. "É verdade" exclamou ele !!!

segunda-feira, 16 de abril de 2012

A PROPOSITO DA TAÇA DA LIGA


  Ora aqui está uma prova interessante destinada às equipas B. Sem restrições de idades e de nacionalidades poderiam alinhar as jovens promessas ao lado dos consagrados que os técnicos vislumbrassem terem futuro. Era só reestruturar a Competição com a realização de mais jogos e em cada jogo a exigência de pelo menos 5 jogadores portugueses com idades até 23 anos. Isto sim é defender o futebol português e os cofres dos clubes.
As integração das equipas B na II LIGA é uma falta de respeito pelos outros clubes e por outro lado em termos económicos irá ocasionar uma maior despesa às tesourarias dos clubes já por si bastante debilitadas, aliás, pasmo quando vejo alguns clubes tão empenhados na criação destas equipas quando se sabe que já não pagam os salários aos da ...1ª categoria quanto mais agora a esta.
Os planteis principais fixam-se entre os 23 – 25 jogadores. São convocados por jornada 18 jogadores, logo restam 5 a 8. Quer isto dizer que todos os jogadores do plantel estariam todas as semanas em actividade. Com imaginação podia a Liga tornar esta competição mais atrativa sem criar mais um aborto desportivo, criando desequilíbrios, que é o facto de algumas equipas puderem dispor, quiçá, de um maior número de jogadores para a competição mais importante que é o campeonato da I LIGA.
Claro, que esta ideia que aqui preconizo, teria que ser mais aperfeiçoada, pois é um facto que neste momento não conheço bem o Regulamento que será implantado para as equipas B. Não é justo, não é desportivo e por consequência não é correcto é estas equipas serem integradas num campeonato que deve ser dignificado e não ultrajado.
Dentro de todas as hipóteses a serem consideradas, no caso das promoções à I LIGA veja-se só esta: Os 6 primeiros lugares da classificação final da II LIGA eram ocupados por estas equipas e portanto os promovidos à LIGA “maior” seriam o 7º e o 8º classificados. Seria uma originalidade à portuguesa. Mas ainda pode acontecer outra coisa, que não deixa de ser fantástica, o campeão ser assiduamente um destes clubes.
Conclusão: Frontalmente contra a integração das equipas B na II LIGA. Ponha-se a imaginação à prova e deixe-se de proteger sempre os mesmos prejudicando os outros clubes que labutam no dia a dia, com dificuldades é certo, mas têm contribuído para que o principal campeonato português seja uma prova competitiva, quer se queira ou não

quarta-feira, 11 de abril de 2012

SÃO O NOSSO ORGULHO


Esta equipa indomável, a quem ESPOLIARAM o titulo na época passada, bem se pode dizer é o orgulho de todos nós. Carácter e dignidade não lhes faltam a todos estes jogadores, que constituem um bloco uno e indivisível, para além, obviamente, do valor de cada um dos seus elementos.
Com todos os percalços, com todos os escolhos, estes jogadores estão à altura do prestigio da camisola que envergam.
Grandes homens, grandes jogadores, que sabem interpretar a filosofia deste clube, que tantas alegrias têm proporcionado esta época à massa associativaara além, obviamente, do valor de cada um dos seus elementos.
Com todos os percalços, com todos os escolhos, estes jogadores estão à altura do prestigio da camisola que envergam. Grandes homens, grandes jogadores, que sabem interpretar a filosofia deste clube, que tantas alegrias têm proporcionado esta época à massa associativa.ara além, obviamente, do valor de cada um dos seus elementos.
Com todos os percalços, com todos os escolhos, estes jogadores estão à altura do prestigio da camisola que envergam. Grandes homens, grandes jogadores, que sabem interpretar a filosofia deste clube, que tantas alegrias têm proporcionado esta época à massa associativa.



De todo o lado chegam-nos mensagens de satisfação pela classificação da equipa. É por assim dizer uma satisfação que ultrapassa fronteiras, chegando aos mais diversos cantos do Mundo.
  De New York ao Doha no Katar, passando por Waterloo na Bélgica, Bona na Alemanha, Mainz – Germany, London e Nice –France, Dublin,  há alguém que se regozija com o excelente comportamento da nossa equipa, sinal que por todo o lado existe o sangue do Futebol Benfica a correr nas veias de portugueses que labutam por todo o lado.

Aconteça o que aconteça daqui para a frente estes homens cumpriram o objectivo que era ficar nos 6 primeiros lugares na 1ª fase do Campeonato. Cumprido esse desiderato, não enjeitamos uma possível promoção, sabendo desde já que existem condições técnicas e anímicas para o conseguir.



quarta-feira, 4 de abril de 2012

RECORDAR UM PASSADO DISTANTE MAS SEMPRE PRESENTE

O REGRESSO DE MOÇAMBIQUE ACONTECEU HÁ 44 ANOS. 23 DE MARÇO DE 1970!
  Ter que recuar no tempo e concentrar-me em acontecimentos vividos há 42/44 anos  constitui efectivamente uma situação de grande sufoco emocional. Recordar escrevendo não é a mesma coisa que se essa recordação fosse vivida em grupo, ou seja, cada um de nós contasse as suas histórias, mesmo dramáticas que fossem, mas não se interioriza tanto como sucede neste momento comigo, que falo para o computador e este recebe tudo o que digo, sem retorquir ou contestar, é por assim dizer um diálogo surdo/mudo, doloroso, obviamente, porque não consigo abstrair-me das realidades vividas, algumas amargas e poucas de grande exaltação ou satisfação.
Á medida que vou carregando nas teclas o meu pensamento está a esvoaçar para outros acontecimentos e naturalmente assaltam-me à ideia “milhentas” coisas que naquele território todos nós vivemos. Vem-me ao pensamento nomes, acontecimentos, figuras e tudo isto se mistura com outras ideias, como sejam por exemplo, o que estarão os meus camaradas de armas que comigo estiveram naquele território neste momento a fazer? Como vivem? Serão felizes nas suas vidas privadas e familiares? Depois também me interrogo, mas porquê estes pensamentos se eu só conheci aqueles indivíduos na tropa? Não se trata de egoísmo, cinismo ou mistificação e encontro a resposta também de seguida, porque na minha cabeça fervilham ideias, interrogações e também muitas convicções, como sejam o facto de haver justificação em todos nós para que haja - e penso que este sentimento é apanágio de todos nós - fraternidade entre todos.  Conviver durante cerca de três anos, por vezes de forma dramática, trouxe a todos nós um espírito de convivência familiar que apertou de forma muito singular os laços de amizade, que hoje e a esta distância já longínqua ainda existe. Não é fácil esquecer aqueles que connosco conviveram e que já partiram, mesmo depois de terem regressado ao burgo; os outros os que ficaram por lá também continuam no pensamento de todos nós que tivemos a felicidade de regressar ao seio das nossas famílias. Mas a vida é assim mesmo e com estes traumas e dramas vamos todos que viver até ao fim das nossas vidas. O importante é que nunca, os que cá continuam, esqueçam aqueles que fizeram parte da nossa comunidade, daquela que foi a nossa família durante
largos meses. Houve sentimento, houve preocupação, houve fraternidade. Todos nós vivíamos momentos de grande tensão quando um pelotão regressava do mato e corríamos para a “parada” para saber notícias acerca do que tinha acontecido e ficávamos felizes quando nada de especial tinha sucedido, isto é, quando todos os nossos familiares (esta é a expressão ideal) continuavam a fazer parte daqueles 166 membros, o número daquela comunidade da CART 2326. Não é preciso ter uma sensibilidade muito apurada para perceber isto, basta que se perceba que estávamos numa guerra, que qualquer coisa de dramático em qualquer altura ou momento podia acontecer. Éramos todos jovens, tínhamos uma vida pela frente para ser vivida. Alguns percebiam que não tínhamos nada a ver com aquilo para que nos “empurraram”, outros, tinham um sentimento pátrio mais exacerbado por uma questão cultural, por uma questão de obscurantismo, mas era exactamente neste caldear de sentimentos ou de pensamentos que residia a nossa grande unidade em torno de uma questão central que era o regresso à Pátria com vida e com saúde. Esse era efectivamente o maior desejo, o grande desígnio de todos nós.