sábado, 30 de maio de 2009

CUMPRA-SE OS REGULAMENTOS

Terminou no dia 10 de Maio a fase de descidas da III divisão nacional, das séries A, C, D, E e F. Vai terminar no dia 7 de junho a fase da série B. Posto isto, vejamos o Regulamento de Provas Oficiais da F.P.F. REGULAMENTO DE PROVAS OFICIAIS CAPITULOS II 103 - DOS JOGOS 103.06.1 – Relativamente às três últimas jornadas, de qualquer das Provas Nacionais, disputadas em “poule” os jogos terão sempre que ser disputados à mesma hora e no mesmo dia por, todos os Clubes intervenientes. (COMUNICADO OFICIAL Nº 74, DE 19.SET.2000) 103.06.2 – Excepcionalmente e após acordo e solicitação dos Clubes interessados, a Federação Portuguesa de Futebol poderá, nas duas últimas jornadas, marcar jogos para horas e dias diferentes das habituais desde que se verifique que os resultados, sejam eles quais forem, não irão beneficiar ou prejudicar tanto os interessados directos quer quaisquer outros indirectamente. (COMUNICADO OFICIAL Nº 74, DE 19.SET.2000) Não haverá melhor explicitação para esta ilegalidade em que caiu, ainda o não terminado campeonato nacional da III divisão do que observar o que diz o Regulamento de Provas da FPF. E tudo isto aconteceu e irá acontecer porque existem estas fases que atraiçoam em toda a linha a verdade desportiva da competição. Os regulamentos que esta gente aprova, porque tem poder para isso, mas um poder mal utilizado e até estupido, não conseguem servir de modo legal o futebol. O exemplo está descrito atrás naqueles dois artigos copiados do Regulamento de Provas e não é preciso mais comentários, tão entendivel que ele é. Grave nisto tudo é que não se vê nenhum sinal, nenhuma ideia, para inverter esta situação dos play-offs como lhe chamam, mas que indigna as pessoas ligadas directamente às competições. Eu percebo e sei que esta questão dos play-offs tem uma missão, porque para eles não existirem era necessário apresentar claramente a verdade dos factos. E esta verdade tem a ver com a redução dos campeonatos. Assim como está a ser feita essa redução apresenta-se de uma forma aparentemente suave e não causa grande turbulência, pois se aos dirigentes dos clubes estes senhores dissessem que era necessário descerem 6 clubes por série haveria certamente uma rebelião futebolistica nacional a nível dos clubes da III divisão, por isso optou-se por esta via. Portanto estes malfadados play-offs têm de facto origem na opção que foi tomada em reduzir os campeonatos nacionais. A redução dos campeonatos começou a ser preparada em 2000. Foram muitos os protagonistas ligados à modalidade, treinadores, jogadores, dirigentes, jornalistas desportivoa, que se pronunciaram, em foruns, na comunicação social,em debates, enfim... lembro-me que de um modo geral as pessoas se pronunciaram contrariamente a esta ideia da redução dos campeonatos e diga-se com opiniões bem fundamentadas, mas houve ou há outros interesses que subverteram a ideia dos intervenientes no terreno. Eu próprio fui chamado pelo jornal Record a fazer um artigo sobre a redução e recordo que me pronuncei contra a redução, mas fundamentava a minha opinião na experiência vivida e na análise, no estudo, que era necessário realizar sobre as consequências econ+ómicas, sociais e desportivas que a redução dos campeonatos originariam. Concluindo. No fim o que sei é que nada melhorou e no que se refere à minha dama, Campeonato Nacional da III divisão, este que ainda não terminou está ferido na sua legalidade ou dito de outra forma, está ilegal.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

16 CLUBES - NUMERO IDEAL PARA AS DIVISÕES NACIONAIS

16 clubes porquê? 1º Atendendo à nossa grandeza territorial é o numero ideal, pois situamo-nos em termos de ranking das Ligas Europeias em 6º lugar e as Ligas que se se situam à nossa frente, Inglaterra,Itália, Espanha, França, Alemanha, têm naturalmente mais clubes a competir, mas para além das questões económicas são maiores em termos territoriais, por isso atendendo a estes factores podemos estabelecer aqui uma média europeia que daria a Portugal um número de 16 clubes; 2º Porque é um campeonato equilibrado, de 30 jornadas que ocupa cerca de 8 meses e porque permite competição como se tem verificado e serve como exemplo a época que está a terminar em que ainda há coisas a decidir. 12 clubes como a maioria prefere é impraticável como está demonstrado no campeonato da Escócia que de há muito é reclamado um novo tipo de campeonato inclusivamente estudam a hipótese dos clubes se integrarem no campeonato inglês. É uma miragem pensar-se que um campeonato com 12 clubes seria mais competitivo, que interesse teria ver por exemplo um Benfica-Sporting, 6 ou 7 vezes numa época, atendendo a que com 12 clubes teria que haver mais que duas voltas, a possibilidade de se encontrarem na Taça de Portugal e na Taça da Liga, acabaria por saturar o adepto. Posto isto, os 16 clubes é inegavelmente o número ideal e devia ser este o número para a II Liga e para os campeonatos nacionais da II e III divisão por série. Na Liga de Honra, o correcto é descerem 3 clubes para subirem os primeiros classificados das 3 séries da II divisão. Para implementar esta versão é preciso ter coragem e não vejo ninguém neste momento com essa coragem, mas o Conselho Superior do Desporto tem autoridade para tomar essa decisão e não se percebe por que espera para acabar com esta "fraude" do chamado playoff para a subida à divisão de honra.

domingo, 24 de maio de 2009

VAMOS FALAR VERDADE CORRENDO RISCOS DE INTERPRETAÇÃO

VAMOS FALAR VERDADE, CORRENDO O RISCO DE INDEVIDA INTERPRETAÇÃO Não podemos falar de salários em atraso no futebol sem nos lembrarmos do que se passa a nível nacional noutros sectores de actividade. Estou à vontade para falar nisto porque apesar do FUTEBOL BENFICA ter descido de divisão cumpriu os compromissos assumidos. Sou portanto um defensor indomável que os compromissos são para se cumprirem, sou por isso naturalmente insuspeito naquilo que vou dizer de seguida. Penso que há muita gente a falar sem saber. Uns não sabem o que dizem e outros aproveitam-se da situação. Mas vamos aos esclarecimentos. Existem dois tipos de compromissos que os jogadores assinam com os clubes. Os profissionais assinam um contrato de trabalho. Os amadores assinam um compromisso desportivo. Quer isto dizer que os profissionais têm obrigações de ordem material para com o clube, os amadores têm obrigações de ordem moral. Os jogadores profissionais têm um seguro diferente daquele que os amadores que também, por lei, são obrigados a ter, mas substancialmente diferente na sua essência, pois aos amadores é exigido apenas um seguro de ACIDENTES PESSOAIS. Um jogador profissional pode assinar um contrato por vários anos, enquanto um amador só pode assinar o compromisso desportivo por uma época. Um jogador profissional está sujeito a penalizações se não cumprir o contrato, enquanto para o amador não existe nenhuma penalização. Bem, estes dados aqui explanados servem para se perceber que quando se reclama que há salários em atraso no futebol que esta questão está mistificada, ou seja, não se pode falar em salários quando um jogador é amador, pois o compromisso desportivo que assinou com o clube não prevê qualquer tipo de subvenção, portanto não se pode falar em salários em atraso porque efectivamente um compromisso desportivo não tem nada a ver com um contrato profissional desportivo. Todavia, existem clubes que utilizam o pagamento dos subsídios através dos recibos verdes que não é mais nem menos que uma prestação de serviços pois são estes subsídios que muitos reclamam, como é o caso dos jogadores do Rio Maior. Naturalmente que existe aqui por parte do clube um compromisso moral, como sucede com o jogador. Portanto os jogadores nesta situação, ou seja, quando os clubes deixam de assumir aquilo que acertaram, mas sem qualquer valor jurídico, é óbvio que não têm grandes possibilidades de verem satisfeitas as suas reivindicações. Tudo isto se situa no plano da moral, não havendo, como é o caso, legislação para o efeito. Foi pena que na discussão da nova LEI DE BASES DO DESPORTO E ACTIVIDADE FISICA não se tivesse estas situações em atenção. Nós apresentamos ideias que visavam colmatar estas deficiências que a lei apresenta. Tudo isto passa por legislação que defina claramente o que é um jogador amador. A definição de jogador amador é um tanto ou quanto abstracta, por isso dá nisto, noticias que todos os dias acontecem nos jornais sobre dividas dos clubes mas que efectivamente na prática não tem qualquer efeito em termos jurídicos, porque não existe qualquer vinculo material, como sucede com os verdadeiros profissionais. Concluindo: Competição desportiva profissional Competição desportiva amadora Na competição desportiva profissional, todos os praticantes são profissionais. Na competição amadora, existem muitos profissionais de futebol, alias, a maioria dos profissionais de futebol em Portugal jogam desde os regionais até á II divisão. Mas nestas divisões há recibos verdes e até há casos em que existe o dinheiro do Presidente ou de qualquer outro director não existindo sequer recibo do pagamento. Portanto é necessário, é urgente legislação para pôr fim a situações tão dubias quanto esta que é falar-se em salários em atraso, quando na verdade não é bem disso que se trata. Mas já agora digo também que não é com o licenciamento dos clubes que isto se resolve. Eu, repito, apresentei algumas ideias na discussão da LEI DO DESPORTO E DA ACTIVIDADE FISICA, que postas em prática salvaguardavam muitas das situações hoje vividas. Não percebo porque razão há SADs, no dito futebol amador, cujos activos são os jogadores, têm compromissos desportivos e não contratos de trabalho, mas os administradores são profissionais. Há pois salários em atraso mas cuidado não juntemos tudo no mesmo saco. Normalizemos situações dúbias com legislação clara e objectiva e deixemos das meias tintas em que o futebol tem vivido. Não tenhamos medo de assumir o que está mal e pôr isto na ordem com verdade e sem mistificações.

terça-feira, 19 de maio de 2009

UM CONSELHO PARA A ASSEMBLEIA DA FPF DO DIA 23

Perante a ilegalidade em que se encontra o Campeonato Nacional da III divisão só há uma solução que devia ser tomada no próximo dia 23. Anular o campeonato e todas as decisões tomadas na Assembleia de 31 de Janeiro deste ano. Dizem os Regulamentos das Provas da FPF que os últimos 3 jogos têm que ser jogados à mesma hora. Um clube que numa destas 3 jornadas não se apresente a horas próprias é altamente penalizado e pode levar mesmo à desclassificação da prova. Veja-se o caso dos Juniores da Naval 1º Maio este ano, cuja sanção inicialmente aplicada previa um castigo bastante pesado para os atletas e a desclassificação do clube, não obstante este ter vencido por uma margem bastante dilatada e o jogo ter começado ligeiramente atrasado (penso,não me recordo de momento, sem qualquer efeito classificativo). Valeu o recurso elaborado pela Naval, o movimento que se gerou em volta deste caso e o escândalo que seria penalizar uma equipa de juniores, por um atraso de escassos minutos. Ora bem, os Regulamentos são para se aplicarem e este é daqueles que é conhecido à partida. E aqui pergunta-se: Não é mais grave estar a disputar-se as sub-series da série B do campeonato nacional da III divisão quando os jogos das outras séries já terminaram há uma semana , com a agravante que desta série até podem descer 6 clubes dos oito que estão em competição, do que o que sucedeu com os miudos da Naval? Esta situação da série B em última análise até pode conduzir a alguns jogos de interesse quanto à descida de divisão. Isto é ilegal, é profundamente ilegal. Porquê que isto acontece? Porque esta fórmula actual dos campeonatos da III divisão e também da II foram concebidos em cima do joelho, numa Assembleia Geral da FPF realizada há dois anos cujo responsáveis não "pescam" nada disto, porque este sistema não serve ninguém e só serve para a confusão. Um recado para os senhores que no dia 23 vão decidir os destinos do futebol português, anulem toda a confusão que arranjaram com esta nova orgânica,tenham a coragem de assumir que erraram e ponham os campeonatos a funcionar como dantes. III DIVISÃO -6 SÉRIES- 96 CLUBES - 30 JOGOS P/SÉRIE - 2 a SUBIR P/SÉRIE - 4 A DESCER II DIVISÃO -3 SÉRIES- 48 CLUBES - 30 JOGOS P/SERIE - 1 A SUBIR P/SÉRIE - 4 A DESCER Relativamente ao passado apenas alterava e muito bem as subidas da II divisão, ou seja, acabava com a fantochada que arranjaram com estas segundas fases que premeia por vezes os que não foram melhores no campeonato da regularidade. Estes campeonatos como estão não agradam a ninguém e portanto se todos os mais diversos agentes envolvidos criticam porque razão estes senhores são teimosos e continuam a defender aquilo que causa confusão e revolta. Voltando à forma antiga beneficiava todo o futebol português, desde os regionais até à I Liga e recuperava-se o entusiasmo do futebol dos mais pobres que está a desvanecer-se. Se assim não for acabem com os clubes e arranjem uma liga fechada, talvez assim contentem os comentadores que defendem esta ideia. Os outros clubes têm lugar no INATEL é mais barato e não há ordenados em atraso.

sábado, 16 de maio de 2009

ESTE DESPREZADO FUTEBOL DA FPF

Chamei no outro dia o Campeonato da Treta, ao Campeonato Nacional da III divisão. Foi a melhor expressão que encontrei para definir a falta de respeito que existe pelos clubes que participaram nesse campeonato e também no da II divisão nacional. Pensei em chamar a estes campeonatos, os campeonatos de rua. E de rua porquê? Porque ao usar a expressão rua pretendia demonstrar o desprezo a que estes campeonatos estavam ou estão sujeitos, já que a rua em determinados contextos tem um sentido de abandono, de desprezivel, de pouca importância, enfim... mas reflecti melhor e pensei que se utilizasse esse vocábulo que estaria a desprezar alguns momentos de felicidade que vivi na minha mocidade a jogar futebol na rua. Nos tempos em que transformavamos as ruas em campos de futebol, organizavamo-nos por rua, isto é, a rua A jogava contra a rua B e a C contra a D. E assim, quando tinha os meus 10/12 anos organizavamos estes campeonatos, jogavamos com prazer, sem árbitros, as balizas eram duas pedras, mas tudo decorria com prazer, com alegria, normalmente ganhavam os melhores no momento,as regras eram definidas antes dos jogos pelos próprios jogadores. As discussões ocorriam, também é verdade, não porque não tivessemos definido as regras, mas pelo facto das balizas não estarem perfeitamente definidas, pois duas pedras não eram suficientes quanto à definição do espaço e portanto este era o problema numero um, porque a visão do lance por vezes era discutivel, pois o golo, tal como hoje é o mais importante do futebol. Sem gabinetes, sem doutores, sem grandes tecnologias, nós, os miudos da minha idade organizavamos estes campeonatos de rua com dignidade e com respeito uns pelos outros. Comparando estes campeonatos, de respeito, de miudos, de dignidade, com os actuais campeonatos nacionais de futebol, existe uma diferença, pois os campeonatos da treta ficam muito aquém daqueles campeonatos de rua. Por isso optei por chamar aos campeonatos da II e III divisão o CAMPEONATO DA TRETA em vez de CAMPEONATO DE RUA, estaria a ofender toda a minha geração dos anos 50 se lhes chamasse campeonatos de rua. No próximo dia 23 os pensadores do nosso futebol, alguns são marretas, vão voltar a decidir o quê? Será que eles sabem o que vão fazer? Há prejuízos que já não são recuperáveis, por isso tenho a certeza que aquela reunião não vai emendar a m.... que fizeram. O que decidiram antes, ao votarem a famigerada proposta da Comissão em assembleia da FPF, que infelizmente a minha Associação (AFL) fez parte,foi de facto uma atrocidade ao futebol nacional, foi desrespeitar todo um trabalho de milhares de dirigentes que espalhados pelo País têm dado o corpo às balas na defesa de um futebol verdadeiramente nacional que cobre todos os recantos do País, foi provocar a revolta que só agora se instalou pois muitos andaram distraidos ou adormecidos e não me ouviram a tempo e hoje ao acordarem encontraram um cenário diferente, por isso chegam-nos todos os dias sinais de revolta, de indignação. Nada vai mudar se os clubes não forem mais intervenientes. Acordem! Acordem! Acordem!

quinta-feira, 14 de maio de 2009

A TRISTE VERDADE DO FUTEBOL AMADOR

O nosso futebol, aquele que é genuino, está "armadilhado" por todo o lado. Vejamos: Quando as Associações, não todas é certo, em vez de nos defenderem, alinham no lado contrário; Quando a imprensa pouca importância nos dá; as televisões têm não sei quantos debates a discutir os penaltis do Porto, Sporting e Benfica; Quando os clubes, alguns, têm escolas de jogadores, de outros clubes instalados nas suas instalações,perdendo assim a sua identidade; Quando nas reuniões para discutirem assuntos importantes para a vida destes clubes e num universo de 20 clubes aparecem 4; Quando a UEFA diz que 95% do futebol praticado em toda a Europa, por homens e mulheres é amador e há que tomar medidas apropriadas à sua promoção; Quando em 1995/96, um estudo feito por mim revelava que a I Liga tinha 453 jogadores inscritos, 84 eram estrangeiros e 369 eram portugueses; Quando em 2009, também um estudo feito por mim dizia que estavam inscritos na I Liga 416 jogadores, 227 estrangeiros e 189 portugueses e ainda quando estes 227 estrangeiros representam 36 nações; Quando em 1995/96 os campeonatos nacionais tinham a seguinte composição: I Liga, 18 clubes; Honra 18 clubes; II B 54 clubes; III DIVISÃO 108 clubes. Em 2008/2009 a composição é: I Liga 16 clubes, Honra 16 clubes, II divisão 48 clubes; III divisão 84clubes. Atente-se nestes números e veja-se as contradições que existem na organização do futebol. Significativo é como cresceu o número de jogadores estrangeiros no futebol português comparando as datas de 1995/96 e 2008/2009, sabendo-se que naquela primeira o campeonato era disputado por 18 equipas e agora são 16 os clubes da I Liga. E perante isto a pergunta que deixo é se é lógico que se reduza o número de clubes participantes nos campeonatos nacionais extinguindo inclusivamente a III DIVISÃO ? Extinguindo a III divisão todos ficam a perder, no caso de Lisboa, por exemplo, os clubes que actualmente estão na Divisão de Honra também são altamente afectados, agora já e no futuro também, até porque por força da tal fase Pró-Nacional os campeonatos regionais vão ter que terminar em Abri. Uns são apurados para essa fase e os outros... terminam a época. Boa decisão. Assim o futebol português bem pode continuar a importar jogadores do estrangeiro.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

RECONHECIMENTO

Não se trata de troca de galhardetes, trata-se de prestar também justiça a um homem que muito tem feito pelo seu clube. Em tempos, quando os nossos clubes se defrontaram, tivemos um pequeno desaguisado, sol de pouca dura, pois ambos somos pessoas de caracter e de boa formação. Bastou um encontro casual, bebemos um copo, conversamos e eu fiquei amigo do João Matos Reis. Calculo que o mesmo sucedeu com ele relativamente a mim. Hoje ao consultar o sintrasport dou com um elogio rasgado à minha pessoa, acerca de um artigo meu publicado naquele blog, sobre o Campeonato Nacional da III Divisão. Meu caro amigo João Matos Reis, publicamente quero agradecer-lhe as referências que me dirige, nomeadamente, quanto à consideração que por mim nutre. Fique pois ciente que da minha parte sucede o mesmo no que à sua pessoa diz respeito. Não há nesta minha posição qualquer prestação de retribuição ou troca de galhardetes, se o faço e publicamente é porque é também merecedor destas referências. Você é também um lutador indomável.

terça-feira, 12 de maio de 2009

VERDADE DESPORTIVA DO RUI SANTOS

Fala-se hoje com alguma insistência na verdade desportiva do futebol a partir do momento que Rui Santos lançou este tema para discussão. No entender deste jornalista, os erros humanos resolvem-se com novas tecnologias. Mas esta discussão é grave na minha opinião, quando nela entram pessoas com responsabilidades no futebol: ex-praticantes, árbitros, treinadores, jogadores ou dirigentes. Discutir futebol nesta base é admitir que os jogos são falseados e que qualquer agente nele envolvido não é sério, não é honesto. A discussão sobre este tema que tem origem, sobretudo, nas arbitragens, tem tanto tempo quanto aquele que o futebol existe. É um problema já de nascensa. Ninguém tenha a ideia que pode resolve-lo. Sempre defendi, desde quando se começou a falar em tecnologias para o futebol, que a única aplicável é de facto a do chip colocado, não sei onde, isso é para os técnicos da electrónica, que defina a questão do golo, isto é, se a bola ultrapassou ou não a linha de golo em consonância com as regras que definem quando é golo. Nenhuma outra pode ser aplicada. Inventem o que quiserem mas tenham a certeza que as discussões acerca das decisões e da dita verdade desportiva não vão acabar. Não sei se alguma vez será possível adaptar um robot, com todo o conhecimento sobre as leis da arbitragem, para dirigir um jogo de futebol. O que sei é que com estas novas ideias o futebol pode ser posto em causa, porque gera ainda mais desconfiança do que a já existente e isso não é bom para a credibilidade do futebol.O que sei também é que a introdução de tecnologias pode quebrar o interesse pelo futebol, porque o futebol é paixão, é movimento, é discussão, é polémica, é tudo isto e sem isto a modalidade e o jogo torna-se amorfo, torna~se insosso. Os defensores desta ideia falam muito noutras modalidades, particularmente no basquetebol, mas esquecem-se que estamos a falar de uma modalidade de pavilhão, com caracteristicas para a aplicação de um ou outro aparelho porque o jogo não perde beleza, mas o futebol não pode ser visto assim e certamente passariam a existir outros elementos que seriam explorados pelos jogadores e técnicos. Não vejo que tipo de aparelho se poderia colocar num Estádio para interferir na decisão do árbitro na marcação de faltas a meio campo, que todos nós contestamos e dizemos que o árbitro quando quer prejudicar uma equipa não deixa uma delas passar do meio campo. O erro humano, mesmo com a tecnologia ao serviço do futebol, irá sempre acontecer e a seguir inventar-se-à outro esquema qualquer para vender ao publico consumidor de futebol que a verdade desportiva será resolvida com esse esquema. O Rui Santos depois de se retirar do jornal A BOLA procurou ser um jornalista polémico, forma também de vender a sua imagem e simultâneamente os produtos que vai fabricando no dia a dia, mas estes debates não ajudam a resolver as questões, antes pelo contrário, causam mais desconfiança, neste caso no futebol. Mas sendo certo que os erros humanos num jogo de futebol irão sempre acontecer parece-me e reafirmo que o chip na área da linha de golo é a unica opção válida para esta discussão. Se enveredarmos por este caminho, logo aparecerá alguém a inventar outro esquema qualquer e o futebol a perder com estas mudanças.

domingo, 10 de maio de 2009

TERMINOU O CAMPEONATO DA TETRA

Terminou o CAMPEONATO NACIONAL DA III DIVISÃO - O CAMPEONATO DA TRETA. Não é admissivel que um campeonato de dimensão nacional, termine e com muitas dúvidas por esclarecer. Ainda ninguém sabe, ao certo, o futuro desta competição. Está por definir muita coisa: as descidas, se há ou não a série Madeira, quantos clubes vão disputar a III divisão na época de 2009/10, se é ou não extinta a III divisão, enfim, estes são factos e parece-me não serem de pouca importância para uma competição a nivel nacional. Todas as dúvidas são legitimas nesta altura, como legitimo é pensar-se que não existe uma ideia de desenvolvimento para o futebol em Portugal. Vou mais longe: Creio que o futebol português está a ser depauperado na sua essência e nas virtualidades dos jovens portugueses. O desenvolvimento faz-se com mais clubes, com a protecção dos clubes de menores recursos,com respeito por aqueles que trabalham no dia a dia para manterem os seus clubes, os quais são verdadeiramente os obreiros do êxito quando ele acontece. É que quantos mais atletas existirem mais possibilidades existem também de surgirem valores acima da média. A forma como se tem vindo a tratar estes campeonatos das competições do Futebol Não Profissional é efectivamente pouco dignificante e tem e vai destruir muito da base da estrutura do futebol nacional. Dar importância ao quer que seja é torná-la grande, é dignificar a função, é fazer progredi-la. O que tem vindo a acontecer com o futebol a este nível é perfeitamente inconcebivel e contraria objectivamente a expansão a que a modalidade já esteve sujeita. Ninguém se preocupou em acabar com esta maldita II fase, quer na II Divisão, quer na III, que de competitivo nada tem. Competitivo é um campeonato de 30 jornadas que o que chega ao fim em 1º lugar é o melhor e o pior é o último classificado. Toda a vida ouvi dizer que o melhor era aquele cujo regularidade se manifestasse ao longo da competição e portanto definidora de quem é melhor ou pior.Assim como a competição está organizada permite tudo e mais alguma coisa e não digo mais. Quando começou a segregação deste futebol apontou-se a questão competitiva como factor determinante para a redução, agora surge outra justificação, talvez fruto dos tempos que é a questão económica. Sempre me bati contra estas medidas por isso ninguém pode argumentar que hoje tenho esta opinião pelo facto do meu clube ter descido de divisão. Se fosse pertença apenas minha, não teria, como forma de protesto,participado nesta "fraude" da II fase. Há agora muita gente a queixar-se. Tivessem actuado na altura certa. Eu fiz o meu trabalho. Muitos pensaram que estavam salvos, agora chucham no dedo e choram é assim para quem anda distraido. Campeonatos assim, não! Campeonatos da Treta, não! Haja imaginação.

sábado, 9 de maio de 2009

UMA HISTORIA QUE SE REPETE - OS FRUSTRADOS DA SOCIEDADE SÃO OS FRACOS

Pelos anos de vida que já tenho fui conhecendo pessoas, fui conhecendo a sociedade, felizmente. Fui me formando, porque, dela vida, sempre extraimos algo que é importante para quem quer viver sem remorsos de ter passado por ela. Efectivamente o tempo que cada um tem à sua frente para dispôr dela o melhor possível é muito curto. E sempre aprendi, porque felizmente sempre procurei viver em sociedade e produzir sociedade, se me é permitido usar esta expressão, que para se ser feliz e viver de bem com a nossa consciência é necessário acima de tudo termos caracter e assumirmos funções de cidadania que se podem e devem alimentar pelos métodos que a sociedade e a civilização definem como regras e que requerem que procedamos de acordo com as mesmas. O problema das sociedades modernas é que todos agem de acordo com o que lhes vai na alma sem pensarem que a sociedade é muito mais vasta do que o interesse ou o pensamento de qualquer um de per si. Todo o ser humano orienta-se por valores, porque é um ser pensante, tem um cerebro e tem uma educação que lhe é transmitida a partir do momento em que nasceu. Se essa educação lhe for ministrada no sentido do bem, de forma positiva, que respeite intrinsecamente os valores mais sublimes da sociedade, pois é evidente que estamos a construir um homem com formação, um homem capaz, um homem que não é ignóbil, mas um homem cujo comportamento cívico e social trás algo de novo às sociedades demasiadamente já conspurcadas de maledicência e cheia de vicios que tornam um homem inimigo de si próprio como se se tratasse de um animal selvagem. Ouvi no outro dia, uma autoridade nesta matéria, dizer que o caracter de cada um de nós se forma a partir dos 4 anos de idade. Admirei-me na altura em que ouvi isto e procurei imformar-me, lendo ... pesquisando ... e conclui que esta afirmação constituia uma verdade indesmentivel. Viver em sociedade é pois o designio da maior parte das pessoas, mas há quem viva fora das regras, talvez porque foram-se formando no mundo da conspurcação, da lama. É também uma forma de ser feliz,na sua mente já de si alterada, não tenho dúvidas, por isso até a própria lei é condescendente para esses, não é possível eliminá-los, é possível sim trabalhá-los e traze-los para o nosso meio onde contudo têm alguma dificuldade em viver em harmonia, mas esta condescendência que a sociedade oferece não pode fazer mais do que isso, acolhelhos. O estigma, a maldade, está alojada numa parte do cerébro que magnânimo como é, este órgão, reservou uma parte do seu todo para quem não recebeu a tal formação a partir dos 4 anos. Volto ao principio destas minhas linhas para dizer que tenho conhecido gente assim. Quem é que não conhece ou não conheceu? Um dia, um amigo, contou-me uma história da sua vida. Tinha tido sucesso em algo em que se meteu. Homem empreendedor, dinâmico, sempre acreditando naquilo a que meteu mãos à obra. Alguns não acreditavam que aquilo fosse possível realizar. Mas este meu amigo, pessoa bem formada, com qualidade, daqueles que recebeu formação a partir dos 4 anos, desprezou sempre aqueles que o atacaram, porque dizia-me ele: só critica quem não tem valor, quem não tem obra feita, quem não tem capacidade, esses são os que estão condenados ao fracasso e com o caminhar do tempo tornam-se frustrados e doentes. Mas este meu amigo dizia-me também que a critica é útil e bem aceite quando é no sentido de corrigir e com ideias válidas, não se pense que toda a critica é destrutiva. E terminava assim: Li um livro sobre gente frustrada e indicou-me um caminho, qualquer que seja a provocação, não se deve dar ouvidos. O desprezo é como o boato, fere como uma lâmina. Normalmente essa gente acaba batendo com a cabeça nas paredes. Conclusão desta história. Pela vida fora deve-se fortalecer amizades e criar novos amigos para vivermos o tempo (que é sempre curto) que cá andamos de bem com a nossa consciência. E esta história, deste amigo, por vezes repete-se com todos nós, sobretudo aqueles que realizam coisas, que são combativos, que não usam a maledicência para atingir objectivos. Estes ensinamentos que vamos adquirindo ao longo dos anos dão para retirarmos algumas conclusões acerca de nós. Eu faço isso. E esta história projectou-me para a vivência dos meus 63 anos. Custa-me saber que já tenho 63 anos, mas é um facto, como é um facto que neste meio século que já tenho de existência tenho conhecido gente de grande caracter, gente boa, gente capaz, é nesses que eu me revejo, que eu tenho orgulho em ser amigo e nunca escolhi os amigos pela ideologia ou credo, escolhi pelo seu caracter, pela sua umbridade, pelos seus conceitos, por isso por onde tenho passado tenho criado e mantido amizades, em todo o lado, algumas são já saudades eternas, outras vou convivendo no dia a dia, como sejam as da tropa,do Banco, clientes do Banco, do meio desportivo, da política e de qualquer quadrante, do Futebol Benfica, etc. Hoje deu-me prá qui. Contar uma história que pode ter aplicação em muitos de nós. É ISTO QUE ME ORGULHA E FAZ DE MIM UM CIDADÃO DE CORPO INTEIRO.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

CONVERSA INTERESSANTE

Perguntava-me um amigo um dia destes. Como é que os clubes aguentam tantos encargos? E eu perguntei-lhe se ele tinha a noção das despesas para formular essa pergunta? E a resposta deste meu amigo foi: "Sim eu tenho uma ideia porque também sou amigo de um Director de outro Clube, que tem apenas futebol e ele queixa-se das dificuldades que sentem para manter a colectividade, colectividade completamente amadora sem a dimensão do Futebol Benfica, com uma equipa de seniores e três do futebol juvenil - juniores, juvenis e iniciados". Posto isto, lá lhe fui explicando algumas coisas e naturalmente com números para ser mais exaustivo. No caso da primeira categoria o custo de um jogo no nosso campo tem os seguintes encargos: Arbitragem € 440,00, Taxa de Organização € 118,00, AFL € 52,50 FPF € 52,50, Policiamento € 134,36, juntando a estas despesas o almoço que tem um custo de cerca de € 200,00, conclui-se sem qualquer margem de erro que um jogo no nosso campo tem uma despesa na ordem dos € 1000,00. Verba que nunca é realizada com a venda dos bilhetes e assim em média por jogo é debitado na conta corrente do Clube na AFL a módica importância de €600,00 já que o Policiamento é pago directamente pelo Clube. O meu amigo à medida que eu ia revelando estes dados, ia-se admirando com estes custos e ia-me perguntando como é que o Futebol Benfica e os outros clubes vivem face a estes encargos e eu respondia-lhe dizendo que isto é uma amostra porque a estes encargos é preciso juntar outros custos como: Seguros, Inscrições de Jogadores € 70,00; Taxa de Filiação € 410,00; Inscrição de Provas (equipas)€ 180,00; cartões € 12,00. O Fernando admirava-se da fluência com que eu ia divulgando estes números. Obviamente que lidando com eles todos os dias tinha que os ter bem presentes, mas embora estes custos sejam elevados e ponham em causa a viabilidade de alguns clubes, receio que o Licenciamento dos Clubes, Lei que entrará em vigor já na próxina época, constitua um óbice de monta ao desenvolvimento dos clubes. Outro factor importante e que nesta conversa abordei com o meu amigo e porque este demonstrava um grande interesse por estas coisas do futebol, informei-o de que há estudos que apontam para a diminuição de sócios, motivo preocupante para o desenvolvimento da modalidade. Algures, sentados numa mesa dum café, em Telheiras, onde tinhamos combinado este encontro, a conversa derivou para este tema, quando a ideia era matarmos saudades da tropa, mas enfim ... o futebol é cantagiante e suscita o interesse de vastas camadas da população, talvez por isso o meu amigo Fernando tivesse lançado outra pergunta:"Então os sócios dos clubes conhecem esta realidade que aqui me traçaste?" . Claro que não amigo! Os sócios em qualquer clube querem é ganhar o que é bastante revelador da falta de filosofia desportiva. Depois foi a minha vez de fazer uma pergunta: Então foi para isto que aqui viemos? Obviamente que não, ouvi como resposta. Depois a conversa prosseguiu com outros assuntos que só a nós dizem respeito e foi assim que o futebol mais uma vez dominou no encontro de dois amigos.

sábado, 2 de maio de 2009

25 de ABRIL - 1º de MAIO

De propósito não evoquei o 25 de Abril no próprio dia. Quis deixar a evocação desse dia importante para todos os portugueses para o dia em que comemorassemos o 1º.de Maio. Um e outro estão indelevelmente ligados, pois o primeiro permitiu que pudessemos comemorar o segundo. E agora sim, posso dizer que mais uma vez vivi o 25 de Abril e o 1º. de Maio com uma grande alegria e satisfação. Todos os anos esta imensa multidão se renova, pela força da própria vida, mas é importante que isso aconteça, porque é sinal, que apesar de tudo, os que já nasceram depois do 25 de Abril estão a agarrar estas datas como simbolo de luta,volvidos que são passados 34 anos da data da libertação do povo português. Mas também todos os anos vamos encontrando camaradas que só os vemos de ano para ano que cada um aproveita para recordar lutas antigas. No que me toca, revejo-me com orgulho, nas manifestações, proibidas, que o meu Sindicato, o dos bancários, dirigido por gente de grande porte, planeava e que nos levava a defrontarmos com a Policia, a desafiarmos a Pide, a galgar terreno nas ruas do Ouro e dos Sapateiros, para não sermos atingidos pelos bastões. Eram tempos de luta, em que não podiamos beijar as nossas namoradas nas ruas, em que mais de duas pessoas juntas já era uma perigosa manifestação, em que não podiamos falar abertamente com o amigo porque não sabiamos se ele era fixe, em que não tinhamos direito à indignação, em que no trabalho só tinhamos deveres e obrigações, em que se prendiam pessoas sem culpa formada, enfim ... com tudo isto 25 de Abril acabou. Por tudo isto e porque também as guerras nas ex-colónias terminaram por força da libertação que pôs termo ao fascismo estas datas serão por mim, enquanto viver, relembradas e festejadas. p.s. - Na manifestação da CGTP, na qual eu sempre participei, se tivesse participado na outra teria direito ao almoço de acordo com o convite que recebi do meu Sindicato, mas preferi como sempre, estar ao lado de quem esteve e está do lado dos trabalhadores, aconteceu um ligeiro incidente com Vital Moreira que está a ser empolado, pois creio que este senhor não devia ir aquela manifestação, se foi é porque tinha algum objectivo, não é estupido nem ingénuo para se apresentar ali sem qualquer objectivo. Aconselho para que não hajam dúvidas a lerem o seu blogue - causa nossa e pesquisar CGTP, depois verão