REBUSCANDO OS MEUS DOCUMENTOS ENCONTREI ESTES ELEMENTOS RELATIVOS AO COLÓQUIO PROMOVODO PELA ASSOCIAÇÃO DOS CASTELOS. ACHEI IMPORTANTE TRAZER NOVAMENTE À LIÇA OS COMENTÁRIOS DOS INTERVENIENTES POR ESTAREM ACTUALIZADOS, OU SEJA, AS DIFICULDADES ALI APONTADAS TENDEM A AGRAVAREM-SE E PORTANTO, DIGAMOS, É UM TEMA ACTUAL. TENHO A CERTEZA QUE O QUE O FUTURO NOS RESERVA É UMA PERSPECTIVA AINDA MAIS DIFICIL DO QUE AQUELA QUE HÁ TRÊS ANOS APONTÁMOS NAQUELE COLÓQUIO. POR ISSO COMO ALERTA AQUI FICA POIS AS OPINIÕES ALI MANIFESTADAS.
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CLUBES HISTÓRICOS DE LISBOA SEM FÉ NO PROPRIO FUTURO
Quarta-feira, 28 de Novembro de 2007
Por Fernando Carvalho
No Auditório do Montepio Geral, onde decorreu a conferência, estiveram presentes como prelectores Domingos Estanislau, presidente do Clube Futebol Benfica (popular Fofó), Carlos Perdiz, presidente do Clube Operário Futebol de Lisboa, e, em representação do Clube Oriental de Lisboa (COL), o associado Raul Moita.Domingos Estanislau focou o percurso histórico do carismático clube de Benfica e dos primórdios do desporto como fonte agregadora das gentes. “Conversar sobre desporto e a vida dos nossos clubes é um acto sublime de cultura”, afirmou, sustentando que a cultura “é um conjunto complexo de vivências e conhecimentos da lei, da ética, da moral, dos costumes e dos hábitos continuados e adquiridos”, pois é isso que os “nossos clubes fazem”. Estanislau citou ainda o professor Olímpio Bento no último «Congresso de Desporto»: “Não dar ao desporto a devida importância é viver fora do nosso tempo”, acrescentando que “não estar atento ao movimento associativo é colocar de fora cerca de duzentos mil voluntários desportivos recreativos e sociais”.O presidente do Fofó alertou para as “benesses” concedidas aos clubes chamados «grandes», não compreendendo como num estado de vivência democrática os clubes ditos «pequenos» são simplesmente “ostracizados”, quando contam no seu seio campeões nacionais, europeus e mundiais. Finalizou contando alguns episódios que foram e ainda são marcos históricos da vida do popular Fofó, palavra “depreciativa” num primeiro momento da vida do clube, mas que se tornou “carinhosa” na actualidade.
“Boa fé” dos dirigentes traída Quanto ao também popular Operário de Lisboa, Carlos Perdiz deu a conhecer o crescimento rápido do seu clube nas duas primeiras décadas da sua existência (1920-1940), mas que depois não o deixarem crescer mais, “por ser considerado um clube ecléctico, com organização e com pessoas e estruturas para sustentar as suas actividades desportivas”. O presidente do Operário dissertou ainda sobre o porquê do declínio de outrora, “ontem como hoje”, salientando a “boa fé” dos dirigentes traída pelas “falsas promessas”, não se coibindo de contar um episódio para sustentar a sua analogia: “Com a boa vontade da altura e dizendo a tudo que sim, os dirigentes «operários», com o coração nas mãos, anuíram a ceder os terrenos do antigo campo para construção de uma escola. O clube ficou sem recinto, foi obrigado a reduzir a sua actividade desportiva, e, posteriormente, teve de «comprar» aos utilizadores dos terrenos - barracas e hortas -, a área onde está implantado o actual campo, ficando o clube com o direito de superfície. Mesmo assim, a Câmara Municipal de Lisboa tem criado problemas ao Operário relativamente às receitas oriundas da instalação de uma antena de telecomunicações, a qual reverte para os escalões de formação do clube”.
.A intervenção final esteve a cargo de Raul Moita, que deu a conhecer o percurso do COL desde a sua fundação, a qual decorreu da fusão de três clubes da zona oriental de Lisboa - Chelas, Fósforos e Marvilense -, face à necessidade sentida nessa área de grande implantação operária, para que houvesse uma grande agremiação. “Trabalhar a troco de nada”Na parte em que a assistência foi convidada a intervir, o presidente do Oriental, José Nabais, também falou das “falsas promessas” que têm caracterizado a vida da colectividade, terminando com uma frase emblemática no contexto das necessidades prementes: “Se não nos querem dar o peixe, emprestem-nos a cana para pescarmos”.
Denominador comum aos três clubes é o “de não acreditarem no futuro”, face à falta de reconhecimento - “apoios e falsas promessas” - ao trabalho desenvolvido, ao longo de décadas, por estas colectividades e que, no presente, “são maltratadas pelos diferentes poderes na autarquia lisboeta”, que têm prometido “mundos e fundos” a quem continua a andar de “peito aberto”, hoje como antes, “a trabalhar a troco de nada”, em prol das gerações vindouras.
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