Este povo fez uma revolução há 37 anos. Foram lindos os momentos que se viveram nos primeiros dias a seguir ao 25 de Abril. Foi uma revolução pouco doradoura. Digamos que deposto o Poder da altura, de imediato começou a contra-revolução, apesar de alguns avanços em vários dominios da sociedade que o povo foi conseguindo, com luta e com determinação. Mas ... como a formiga faz com a sua alimentação, aqui o grande capital, com calma, com paciência, foi construindo os seus pilares e as condições que foram criadas - porque foram - para uma sociedade mais justa e mais democrática, têm vindo a ser destruida com a complacência de uns e com a arrogância de outros. O povo que sempre entregou o Poder a quem o tem traido, está agora numa encruzilhada de imprevisiveis consequências mas que se sabe serem sempre prejudiciais para os mais desfavorecidos .
Mais uma vez o cenário está montado. O poder da imprensa determina quem vai a jogo de forma suja e desonesta. Contrata-se para comentadores e opinadores os mesmos que já passaram pela governação, outros que são juizes em causa própria mas são apresentados como especialistas nesta ou naquela área. É UMA VERGONHA E DESONESTIDADE o que se vai passando neste País.
Os grandes e graves escandalos financeiros/económicos foram praticados por muitos que estão nas televisões todos os dias a opinar e de forma perfeitamente descarada a fazerem campanha pelos seus partidos. Como é que isto é possível ?!
Há sujeitos com lata para tudo. Dizem hoje uma coisa, amanhã outra, e executam precisamente ao contrário daquilo que dizem, no dia seguinte.
Mas onde é que está o caracter desta gente que desbaratou a economia, as pescas, a agricultura, o emprego, a industria, os meios de produção, que retirou direitos aos trabalhadores, que colocou o País nesta situação e hoje falam como se nós todos fossemos lorpas e desconhecessemos que houve em Portugal actos de autentico vandalismo financeiro, como o BPN, BPP, SUBMARINOS, PORTUCALE, SUCATA, URBANIZAÇÃO DA COELHA e tantos outros casos, mas tantos, que arruinaram o País e hoje, todos eles, gente sem vergonha, põem o rabinho de fora como se não tivessem nada a ver com isso. Sinto-me ofendido. Felizmente não arrependido porque nunca votei, nem nunca votarei nesta gente.
O MEU VOTO TEM UM PREÇO: O preço da dignidade, da honestidade, do caracter, por isso não me sinto traido. Mas defraudado, sinto-me. Sou português, honesto, trabalhei com honra, servi a Pátria, merecia pois, mais do que aquilo que todos os dias observo. É dramático ver dar cobertura a pessoas que estão a mentir, a fazer demagogia e a minha impotência perante isto, resume-se a uns palavrões que saltam-me pela boca fora, sem poder agir de outra forma, mas é a demonstração da minha indignação, da minha revolta e da minha razão.
Perante tudo isto, sem dúvida que estas eleições estão inquinadas.
Há nestas eleições dois caminhos. Ou o País caminha no sentido do bem comum ou entrega-se definitivamente ao grande capital, que vai absorver as mais valias em beneficio de uns quantos.
Estes são, sem dúvida, os dois caminhos que estão em aberto.
A minha opção há muito que está tomada. Não tenho dúvidas.
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