quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

A NOSSA CRISE

A crise, palavra tão falada de momento, não é uma questão de momento ou do momento. Quase a completar 63 anos posso opinar de certa forma que desde que existe que sei existir crise. Dantes, isto é, antes do 25 de Abril, falar de crise económica ou social era proibido. Mas na verdade se quisermos ser sérios concluimos sem atraiçoar aquilo que é histórico que Portugal foi um País que sempre viveu em crise. Se assim não fosse, os portugueses não teriam emigrado como todos nós sabemos que assim foi ao longo dos anos. A decada de 60, quiçá, a mais activa em termos de emigração é a prova provada de uma crise latente. Se perguntarmos a alguém que emigrou porque razão o fez, a resposta inevitável seguramente é: Fui à procura de uma vida melhor. Ora isto reflecte CRISE, porque se alguém procura um outro País para ter uma vida melhor é porque no seu não encontrou os elementos essenciais que lhe proporcionasse uma vida decente e digamos folgada. Está provado que os portugueses são considerados no estrangeiro como pessoas de trabalho, que o trabalho não os amedronta, são bons executantes naquilo que fazem, etc. São méritos que ninguém pode escamotear. Nesta perspectiva que aqui traço, posso afirmar que um País próspero criaria condições para manter os homens e mulheres que por força das circunstâncias tiveram que emigrar na procura de uma vida melhor. É evidente que há quem emigre por razões de ordem profissional mas com uma perspectiva de valorização, este tipo de emigração não tem nada a ver com o emigrante que procura ou procurou uma vida melhor. Um País pouco desenvolvido como era o nosso até ao 25 de Abril, com um extenso número de analfabetos, com as necessidades básicas por resolver, uma grande maioria delas satisfeitas pelo Poder Local após o 25 de Abril , só podia estar em crise.

1 comentário:

  1. Concordo em absoluto, em Portugal sempre houve crise! Sómente as classes dirigentes, os ricos e os que pactuaram com estes podem dizer o contrário, e foram estes que precisamente beneficiaram (e benefeciam ) desta situação para poderem ter na mão o povo português.

    Não são Bons Malandros são uma escória do pior que há!

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