quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

UMA IDEIA SOBRE O DESPORTO AMADOR

Esta minha ideia sobre o desporto amador de final de ano se calhar justificar-se-ia que fosse sobre a vida do meu clube, contudo, não posso e não quero deixar de me pronunciar sobre a globalidade desportiva em Portugal uma vez que para mim não existem ilhas neste contexto, ou seja, o problema de um ou outro clube é o mesmo com que todos os outros se debatem, por isso, como sempre faço, o meu ângulo de observação estende-se para além do meu Futebol Benfica. E A VERDADE É ESTA: Cada dia que passa apercebo-me das dificuldades sempre a aumentar que os clubes de menor dimensão vão enfrentando. Cada dia que passa há menos pessoas a se interessarem por estes clubes. Cada dia que passa há menos clubes. (ponto final paragrafo). Isto é preocupante para o desenvolvimento desportivo nacional, quando se sabe que a grande maioria dos grandes valores humanos do desporto nacional apareceram ou surgiram naqueles que são a base de todo o desporto português. Somos um País - todos dizem - de grandes dificuldades económicas e sociais, pois bem, então não percebo porque razão não há um investimento sério, em toda a linha, a nivel nacional nesta vertente do desporto nacional já que são estes que promovem o desporto amador, substituindo muitas vezes o Estado. É esta componente associativa em que nós, portugueses, somos fortes, que traduz de forma bastante activa fraternidade e solidariedade. Estes clubes têm vindo a perder condição, ou seja, foram tomadas medidas, tanto institucionais como desportivas, que nada beneficiaram os mesmos, antes pelo contrário, o que é efectivamente preocupante quanto ao futuro destas estruturas que pela importância que ainda têm na sociedade e enraizadas como estão, prestam um valioso serviço às comunidades locais. Um plano nacional usando os meios que o Estado ainda dispõe, seria um tónico essencial para revitalizar muitas estruturas que hoje agudizam por esse País fora. A comunicação social, que depende do Estado teria um papel fundamental e importante num projecto global de apoio, de incentivo, mostrando a face do trabalho que é feito, dos valores que se desenvolvem neste segmento da actividade desportiva nacional, enfim... é necessário entender melhor este problema para que surjam medidas eficazes de forma a salvar o que resta de uma dinâmica tão importante quanto esta e que constitui só por si uma reserva moral e de valores daquilo que o desporto tem de melhor O convivio, a amizade, a fraternidade, a solidariedade, são costumes e hábitos que fazem parte da cultura social que estes clubes tão bem sabem produzir e ao mesmo tempo transmitir.

É pois preocupante o facto como a sociedade de um modo geral hoje olha para estes clubes. A imprensa, as estruturas desportivas, as entidades oficiais, enfim, aqueles com responsabilidades desportivas, mas também cívicas e sociais ... estão mais viradas para os grandes acontecimentos e nalguns casos para realizações que procuram promover pessoas que nada fizeram pelo desporto, que despontaram para este quando se aperceberam que é aqui que reside um manancial de promoção pessoal e com isso vêem perdendo a perspectiva que é na base que reside a força do desporto português.

A televisão pública, por exemplo, podia e devia ser didactica, promover programas informativos que ajudassem a compreender o papel que o desporto amador desenvolve, a formação que muitas vezes se faz junto inclusivamente de pais de atletas, nomeadamente, no futebol, quando estes julgam que os seus filhos são os melhores do mundo, enfim, uma panóplia de questões que carecem de esclarecimentos. Aqui está pois um belo exemplo que caberia perfeitamente numa acção globalizada de dinamização do desporto amador, em vez de programas pouco informativos e formativos, os quais baseiam-se em discussões estéreis e sem qualquer sentido ético e mobilizador.

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