Numa acção que se pretende de formação para os jovens atletas, tão necessária no momento presente, temos vindo a convidar encarregados de educação para manifestarem a sua opinião acerca da acção desenvolvida pelo Clube na formação do jovem.
É importante ouvir a opinião dos pais dos jovens atletas, por isso a Revista do Clube, publicou este primeiro artigo de opinião da Drª Manuela Salvador, que pelo interesse, desassombro e objectividade reveste-se de grande importância.
Continuaremos a ouvir outros pais que com as suas opiniões têm um papel fundamental também neste tipo de acção que desenvolvemos.
É importante ouvir a opinião dos pais dos jovens atletas, por isso a Revista do Clube, publicou este primeiro artigo de opinião da Drª Manuela Salvador, que pelo interesse, desassombro e objectividade reveste-se de grande importância.
Continuaremos a ouvir outros pais que com as suas opiniões têm um papel fundamental também neste tipo de acção que desenvolvemos.
Foi-me apresentado, pela presidência do Clube Futebol Benfica – mais conhecido por Fó-Fó -, o desafio de falar um pouco sobre a prática do futebol pelas crianças e consequentes repercussões nas suas vidas, sobretudo a nível comportamental.
É claro que, na qualidade de mãe de um dos meninos de dez anos que pratica a citada modalidade desportiva no campo do Fó-Fó, não declinei o convite, por entender que o assunto reveste-se de inegável importância e pertinência.
Esta minha postura é recente.
Num passado não muito distante – mais precisamente, até Setembro de 2009 -, não dava especial importância ao futebol. Era um desporto que me chamava a atenção somente quando a Selecção Portuguesa jogava, quiçá, fruto de algum resquício de patriotismo
Comecei por me aperceber – através da observação, como espectadora dos treinos, apesar de leiga nas coisas do futebol -, da união que se ia estabelecendo no campo, no qual todas aquelas crianças corriam atrás de um único objecto – a bola
Portanto, a bola representava o denominador comum, com o qual todos os meninos – não excluindo algumas meninas -, num primeiro momento brincavam e, posteriormente, competiam entre si, a ver aquele que mais golos conseguia marcar.
Simultâneamente, com a passagem dos meses, foram-se estabelecendo amizades e cumplicidades entre todos eles, bem como o aperfeiçoamento técnico,táctico, não descartando um significativo melhoramento nas relações interpessoais - dentro e fora do clube.
Na minha opinião, no processo de cescimento as crianças desenvolvem boas condições para treinar a habilidade.
Adaptam-se facilmente aos movimentos e podem apresentar melhor coordenação motora.
Esta minha postura é recente.
Num passado não muito distante – mais precisamente, até Setembro de 2009 -, não dava especial importância ao futebol. Era um desporto que me chamava a atenção somente quando a Selecção Portuguesa jogava, quiçá, fruto de algum resquício de patriotismo
A verdade é que, como já referi, o meu interesse por futebol começou a intensificar-se quando o meu filho ingressou nas chamadas Escolas de Futebol deste clube.
Num primeiro momento achei estranho que tal me estivesse a acontecer, porquanto tinha demonstrado, até àquele momento, forte resistência em inscrever o Pedro, apesar da sua inquebrável insistência desde tenra idade..
Portanto, a bola representava o denominador comum, com o qual todos os meninos – não excluindo algumas meninas -, num primeiro momento brincavam e, posteriormente, competiam entre si, a ver aquele que mais golos conseguia marcar.
Simultâneamente, com a passagem dos meses, foram-se estabelecendo amizades e cumplicidades entre todos eles, bem como o aperfeiçoamento técnico,táctico, não descartando um significativo melhoramento nas relações interpessoais - dentro e fora do clube.
Na minha opinião, no processo de cescimento as crianças desenvolvem boas condições para treinar a habilidade.
Adaptam-se facilmente aos movimentos e podem apresentar melhor coordenação motora.
A prática do futebol, desde que bem controlada e com adequada preparação, pode e deve contribuir com grandes benefícios: aumento da potência muscular das pernas, melhoria da capacidade cardiovascular, estimulação da intensidade e velocidade de reacção, da coordenação motora e da visão periférica, aumento da densidade óssea, aumento da potência do salto, aumento dos níveis de testosterona e, por último, uma mais eficaz oxigenação do sangue.
É claro que estes são os benefícios físicos. Mas outros existem, tendo igual importância, senão mais, por gradualmente preparar e subtilmente transformar a criança num ser humano melhor.
E porquê? Porque o futebol sociabiliza as crianças. Ajuda-as a compreender o trabalho de equipa. Que os bons resultados obtêm-se mais facilmente através da união, porque a união faz a força.
Prepara-os melhor para a vida "lá fora".
Deixam de ser egocêntricos. Ganham mais auto-confiança e, inevitavelmente, auto-estima, melhorando as suas relações com os demais elementos da comunidade em que estão inseridos, porque percebem que existem regras que devem ser respeitadas, sob pena de sofrerem uma consequência negativa.
Ajuda-os a perceber que o "Não" é igualmente aceitável, por ser irmão do "Sim". Ele – o temível "Não" -, existe, é válido e muitas vezes mais justo e construtivo que o tão desejado e afável "Sim".
Ajuda-os, ainda, a aceitar que "perder" anda de mãos dadas com o "ganhar", e que, por isso, há que ser persistente e nunca desistir, pois é com as dificuldades que crescemos, tornamo-nos mais fortes, humildes e melhores seres humanos.
Um último aspecto, que acho importante realçar, talvez essencial para explicar a decisão que leva alguns pais a colocar os filhos na prática deste desporto, é a atitude que tenho pacientemente observado em alguns progenitores, que frequentemente procuram uma compensação, através dos filhos, das vitórias e títulos desportivos, não alcançados por eles mesmos.
Ora, tal motivação não se ajusta aos interesses e necessidades reais das crianças, por representarem argumentos extrínsecos ao verdadeiro e principal interessado e interveniente – a criança.
Devemos respeitar as necessidades e interesses das nossas crianças. Saber que tipo de actividades as motivam.
Enfim, como pais temos a obrigação de minimizar as eventuais pressões que as mesmas poderão sofrer, sendo que muitas vezes essas pressões começam no seio familiar, quando os pais na sua infância ou juventude não tiveram sucesso na prática de desporto, depositando toda a sua frustração no filho ou filha.
O desporto do futuro – incluindo o futebol -, será o desporto dos cidadãos.
Construído à medida de cada um, de acordo com os sexos, forma física, motivações, promoção da saúde, da defesa do meio ambiente, da solidariedade social, da descoberta da expressão individual através do movimento, da libertação do corpo, do sentido de aventura, do prazer de jogar, mas também do gosto de competir, independentemente do resultado final.
Assim termino, deixando explanada a minha perspectiva muito pessoal sobre a temática proposta – o futebol infantil -, cuidando que tenha contribuído de forma positiva, mesmo que leiga e modestamente.
Bem haja a todos e desejo de uma óptima época desportiva para os nossos corajosos Benjamins.
Manuela Salvador
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