terça-feira, 17 de abril de 2012

A RUA

Interligar observações que se produzem numa circunstância qualquer, em conversa com um amigo, é interessante porque  por mais paradoxal que pareça há conteudos desprendidos de qualquer contexto que não seja apenas e só o circunstancial, que reflectem as teias que a vida nos apresenta.

Numa noite, com um amigo, dizia-lhe: Ainda não são oito horas (vinte horas) e já não se vê ninguém na rua. Diga-se que esta conversa se passava no período do Carnaval. O meu amigo respondeu-me, pois não, as pessoas têm medo de andar na rua, não se vê um policia, concluia ele. E eu não me fiquei, porque tenho uma visão mais avançada dos acontecimentos e respondi-lhe: Não, não é isso que se passa, o facto é que as ruas agora são para os desprotegidos, porque os poderosos não precisam da rua para nada. Comemoram os acontecimentos e divertem-se em condominios fechados. E este meu amigo concordou comigo. E eu ainda acrescentei assim: A esta hora quantas festas não estarão programadas para festejar o Carnaval em privado?

A rua deixou de ser um local de prazer e de alegria. Existe porque existe e porque é necessária para os poderosos se deslocarem se não também não existia. E eu conclui,  dizendo-lhe: adormeceram esta gente. Esta gente vive triste, sem chama, sem gosto. "É verdade" exclamou ele !!!

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