terça-feira, 12 de maio de 2009
VERDADE DESPORTIVA DO RUI SANTOS
Fala-se hoje com alguma insistência na verdade desportiva do futebol a partir do momento que Rui Santos lançou este tema para discussão.
No entender deste jornalista, os erros humanos resolvem-se com novas tecnologias.
Mas esta discussão é grave na minha opinião, quando nela entram pessoas com responsabilidades no futebol: ex-praticantes, árbitros, treinadores, jogadores ou dirigentes.
Discutir futebol nesta base é admitir que os jogos são falseados e que qualquer agente nele envolvido não é sério, não é honesto.
A discussão sobre este tema que tem origem, sobretudo, nas arbitragens, tem tanto tempo quanto aquele que o futebol existe. É um problema já de nascensa. Ninguém tenha a ideia que pode resolve-lo.
Sempre defendi, desde quando se começou a falar em tecnologias para o futebol, que a única aplicável é de facto a do chip colocado, não sei onde, isso é para os técnicos da electrónica, que defina a questão do golo, isto é, se a bola ultrapassou ou não a linha de golo em consonância com as regras que definem quando é golo. Nenhuma outra pode ser aplicada. Inventem o que quiserem mas tenham a certeza que as discussões acerca das decisões e da dita verdade desportiva não vão acabar.
Não sei se alguma vez será possível adaptar um robot, com todo o conhecimento sobre as leis da arbitragem, para dirigir um jogo de futebol. O que sei é que com estas novas ideias o futebol pode ser posto em causa, porque gera ainda mais desconfiança do que a já existente e isso não é bom para a credibilidade do futebol.O que sei também é que a introdução de tecnologias pode quebrar o interesse pelo futebol, porque o futebol é paixão, é movimento, é discussão, é polémica, é tudo isto e sem isto a modalidade e o jogo torna-se amorfo, torna~se insosso.
Os defensores desta ideia falam muito noutras modalidades, particularmente no basquetebol, mas esquecem-se que estamos a falar de uma modalidade de pavilhão, com caracteristicas para a aplicação de um ou outro aparelho porque o jogo não perde beleza, mas o futebol não pode ser visto assim e certamente passariam a existir outros elementos que seriam explorados pelos jogadores e técnicos.
Não vejo que tipo de aparelho se poderia colocar num Estádio para interferir na decisão do árbitro na marcação de faltas a meio campo, que todos nós contestamos e dizemos que o árbitro quando quer prejudicar uma equipa não deixa uma delas passar do meio campo.
O erro humano, mesmo com a tecnologia ao serviço do futebol, irá sempre acontecer e a seguir inventar-se-à outro esquema qualquer para vender ao publico consumidor de futebol que a verdade desportiva será resolvida com esse esquema.
O Rui Santos depois de se retirar do jornal A BOLA procurou ser um jornalista polémico, forma também de vender a sua imagem e simultâneamente os produtos que vai fabricando no dia a dia, mas estes debates não ajudam a resolver as questões, antes pelo contrário, causam mais desconfiança, neste caso no futebol.
Mas sendo certo que os erros humanos num jogo de futebol irão sempre acontecer parece-me e reafirmo que o chip na área da linha de golo é a unica opção válida para esta discussão. Se enveredarmos por este caminho, logo aparecerá alguém a inventar outro esquema qualquer e o futebol a perder com estas mudanças.
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FUTEBOL É FUTEBOL NÃO É TECNOLOGIAS
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