domingo, 9 de agosto de 2009
DESPORTO: COMPETIÇÃO OU NEGÓCIO?
O Desporto sempre ocupou um lugar de destaque ao longo da história. Diz-se que teve origem na cultura grega.Foi evoluindo ao longo dos tempos e as etapas mais significativas podemos defini-las desta forma.
NO IMPÉRIO ROMANO
O DESPORTO ERA UMA PREPARAÇÃO PARA AS ACTIVIDADES GUERREIRAS, ASSIM COMO UM MEIO PARA REFORÇAR O CARÁCTER.
NA IDADE MÉDIA
O DESPORTO RESTRINGE-SE À PRÁTICA DO TIRO COM ARCO, EQUITAÇÃO E ESGRIMA.
NO SECULO XIX
VIU-SE CONTUDO RENASCER O GOSTO DO HOMEM PELO EXERCICIO
JÁ NO NOSSO SÉCULO
O DESPORTO ALCANÇA UMA GRANDE IMPORTÂNCIA EM TODOS OS PAÍSES QUE, ATRAVÉS DE ORGANISMOS PRÓPRIOS SE PREOCUPAM COM A PROPAGAÇÃO CADA VEZ MAIOR DAS ACTIVIDADES DESPORTIVAS
Estas etapas aqui definidas, julgo que tem alguma lógica, é fruto de algumas coisas que tenho lido sobre desporto e ajudam-nos a situarmo-nos de certo modo na evolução que o desporto foi tendo ao longo da história dos povos.
De qualquer maneira, os praticantes, os melhores, sempre tiveram um lugar de destaque na sociedade. Todavia, foi já nos finais do século XIX que começaram a aparecer os primeiros profissionais, já razoavelmente bem pagos para a época.
No século seguinte, já no nosso tempo, o Marketing entra no desporto em força aproveitando-se dos nomes dos atletas mais conceituados ou melhores e determinou que no desporto de um modo geral,pelo interesse que desperta no público, começassem a aparecer somas chorudas de dinheiro na contratação de desportistas de eleição. O desporto tornou-se neste nosso tempo um grande negócio, vejamos os ordenados e as transferências inimagináveis dos jogadores de futebol, os prémios dos tenistas, dos automobilistas, enfim, de qualquer modalidade, basta que se atinja um plano superior.
A questão que se põe neste momento e é a razão destas minhas palavras é até onde isto vai parar? Esta pergunta já muitos a fizeram, não tem explicação fácil.
Atrevo-me todavia a emitir opinião sobre o futuro, sobretudo do futebol, porque é onde me situo e por me parecer também, que é o que corre maiores riscos. De certeza que muitos ao lerem esta afirmação não vão estar de acordo comigo e provavelmente até me apelidam de lunático. Pouco me importa.
Mas factos são factos e portanto a realidade é que são conhecidas as dificuldades que alguns clubes de nivel Europeu atravessam. Alguns continuam na senda do despesismo na convicção que é na fuga p'rá frente que resolvem os seus problemas. Está provado que os gastos dos clubes são superiores às receitas. Por enquanto ainda vão aparecendo uns ricalhaços que se servem dos clubes para se promoverem. Não tardará o dia em que estes se cansem e a crise que hoje se manifesta na arraia miúda, podemos dar Portugal como exemplo, atingirá também os graudos. E se aplicarmos aqui a metáfora "Quanto maior é a nau maior é a tormenta" podemos prever o colapso a que o futebol está sujeito.
Esta análise, catastrófica, é verdade e tem a ver com realidades. E a verdade é que a perspectiva económica a que o futebol tem estado sujeito nestes últimos anos pode-nos conduzir a esse estado. Hoje quando se altera qualquer prova ou campeonato é sempre na perspectiva economicista, ora o futebol é um desporto e tem que ser visto como tal. Esta competição desenfreada, ver quem paga mais, vai conduzir muitos clubes ao abismo. As receitas não dão para tudo, até porque as exigências são cada vez maiores e simultâneamente as despesas.
As competições da UEFA deixaram de ter um cariz desportivo e passou a ter uma mais forte componente económica, basta ver as actuais competições para nos apercebermos disto mesmo.
Os contratos de publicidade e as receitas das transmissões televisivas vão garantindo a estabilidade, é certo que para os mais fortes vão aparecendo novos mercados, mas esse el-dorado é como digo para os mais fortes que no fundo a nível europeu são 4 ou 5.
Para sustentar a minha tese, existem estudos que dizem que as principais Ligas Europeias estão a perder espectadores; que há clubes em enormes dificuldades, para além de outros que faliram. Na Alemanha, por exemplo, as televisões reduziram as verbas para as transmissões. Em Espanha são conhecidos alguns casos, nomeadamente o Valência, talvez o mais emblemático, por enquanto. Em Portugal, todo o futebol está falido.
Contudo, tudo isto não invalida que os jogadores, os de primeiro nível, ganhem fortunas astronómicas, ao contrário daquilo que vai acontecendo nas outras actividades profissionais que para além de verem fechar as suas empresas, vêem também as suas condições de vida piorarem dia após dia.
Por estas razões há quem se interrogue donde vem o dinheiro para o futebol?
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