sexta-feira, 10 de abril de 2009

A NOSSA LINGUA

Desde sempre a nossa lingua sofreu as incursões da lingua inglesa, sobretudo. Pode haver e há, palavras que não têm tradução, mas a nossa lingua é rica e diversificada e não existe razão nenhuma para esta invasão de palavras no nosso vocabulário. Lamentávelmente muitos dos órgãos de comunicação substituem vocábulos da nossa lingua por expressões inglesas ou francesas. É com muita frequência que se ouve ou vê-se nas televisões, rádios ou jornais, expressões como: baby, baby-sitter, background, bacon, affair, airbag, gentleman, glamour, cash, chek-in, chek-up, dancing, download, ou mail, para além das frases idiomáticas que surgem também com alguma frequência. Porquê que em vez de se escrever cash, não se escreve dinheiro; em vez de bacon- toucinho fumado; em vez de gentleman- cavalheiro; em vez de chek up - exame geral; em vez de airbag - almofada de ar, bem estes são alguns exemplos, mas a coisa piora quando aparecem as frases idiomáticas (frases feitas em inglês,principalmente). Saber a tradução destas e de outras palavras é efectivamente uma questão de cultura, de saber, de conhecimento, mas pergunto, quantos portugueses conseguem decifrar estas palavras? E porque razão, os nossos pseudo-intelectuais usam estas expressões? É para demonstrar que sabem ou é apenas para serem diferentes? Pois esta reflexão, da traição à nossa lingua, resultou de uma troca de impressões com um amigo e antigo atleta do Futebol Benfica, que vive no Canadá e dizia-me, com grande propriedade, que os emigrantes defendem melhor a nossa lingua portuguesa do que aqueles que vivem cá. Naturalmente que o Tó Carreira que vem a Portugal uma ou duas vezes por ano apercebe-se com facilidade desta incursão de palavras no nosso léxico. Eis aqui uma opinião que se encaixa perfeitamente naquilo que penso de há muito. É bom que tenhamos este facto em atenção porque se não qualquer dia estamos todos a falar uma lingua desconhecida que não é reconhecida em nenhum forum internacional, tal é avalanche de palavras de outras nacionalidades (muitas) com que nos defrontamos todos os dias.

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