O FUTEBOL EM TRANSFORMAÇÃO IV

Esta análise do futebol em transformação tem pano para mangas. Todos os dias vão surgindo ideias e acontecimentos, tanto a nível nacional como internacional, que de facto faz-nos pensar porquê que isso acontece. Eu creio que tenho uma explicação para o efeito, pois todos sabemos que o futebol tornou-se numa poderosa actividade económica (há quem lhe chame industria, mas repugna-me esse termo já que industria tem a ver com o industrial; transformação da matéria prima)e portanto essa apetência para gerar receitas trouxe para o futebol muita gente com o objectivo de usufruir desse facto o que foi e continua a ser, digamos, a descaracterização do futebol, pois a paixão pelo clube tem vindo a diluir-se e com efeitos naturalmente negativos para todos mas obviamente com grande incidência nos pequenos clubes. Quem se der ao trabalho de ler este apontamento, dirá, que este pensamento ou esta ideia está desajustada na medida em que o Poder Económico não se preocupa com os pequenos clubes e portanto sabendo eu que essa ideia pode prevalecer em alguns, digo para atentarem naquilo que frequentemente se diz, ou seja, quando se afirma que no futebol há corrupção esta afirmação é generalizada e não exclui quem quer que seja; quando surgiram as SAD também alguns clubes pequenos foram absorvidos por essa onda de entusiasmo como se as SAD resolvessem os problemas dos clubes por inteiro; os regulamentos da Federação e das Associações apontam todos numa perspectiva economicista com multas e juros, como se de uma actividade meramente comercial se se tratasse; alteram-se os Quadros Competitivos sempre na base do problema económico; criaram-se estatutos para treinadores e mesmo jogadores que actuam nos Quadros do Futebol Amador como se de verdadeiros profissionais se se tratassem; o Regulamento de Licenciamento dos Clubes é mais uma prova da mudança do futebol, pois este Regulamento pretende certificar o futebol e surge na sequência de uma decisão da UEFA. É um regulamento complexo, cujo as regras é mais uma demonstração plena da influência económica/financeira no futebol que levado às últimas consequências a partir da próxima época não haverá, sobretudo, os Campeonatos Nacionais da II e III divisões. Estes são alguns dos exemplos que me dão totalmente razão quando afirmo e comprovo, portanto, que o FUTEBOL EM MUDANÇA tem todo ele una perspectiva económica/financeira e portanto nada de acordo com uma perspectiva de um fenómeno de massas e pelo menos, não digo o de alta competição porque esse os meios e os incentivos desde há muito que estão apropriados pela alta finança, mas o futebol amador ou dos pobres, esse devia estar defendido até como suporte de uma crise que mais tarde ou mais cedo vai eclodir no futebol profissional e a nível internacional.