sexta-feira, 31 de julho de 2009

AFINAL QUEM DEFENDE O FUTEBOL JUVENIL ?

Ao ouvir a noticia sobre o jogador junior do Benfica que contraiu a gripe A assaltou-me uma ideia, que se traduz na seguinte pergunta: Quem defende o futebol juvenil ? Esta pergunta tem toda a razão de ser na medida em que ainda não há muito tempo realizou-se na AFL uma Assembleia Geral, a qual entre outros pontos para discussão um deles visava a alteração dos quadros competitivos, sobretudo no que se referia aos juniores D (Infantis de 7 e 11). A proposta vinda da Direcção da AFL tinha por trás a pressão dos dois maiores clubes, Benfica e Sporting, que argumentavam no fundamental ser em defesa do futebol juvenil. Obviamente que a experiência adquirida no dia a dia e no campo do conhecimento da realidade, sabia que assim não era, ou seja, o que estava em discussão naquela proposta era o interesse integral daqueles dois clubes. A intenção ou a perspectiva do que se pretende tem que ser demonstrada com factos e os factos demonstram precisamente o contrário. É assunto já falado em vastos artigos publicados na imprensa desportiva, o facto destes clubes possuirem jogadores estrangeiros nas suas camadas jovens. Claro que mesmo os adeptos mais atentos à actividade dos seus clubes pouco se importam com estas questões. Se há ou não jogadores do futebol juvenil que são oriundos de outros países, isso passa ao lado de muitos. Dirão outros que sempre houve. É um facto, pois eram oriundos das nossas ex-colónias, mas o que se passa agora é que estes "novos" estrangeiros são transferidos para Portugal com o objectivo de integrarem os escalões mais jovens destes clubes. Portanto falta moral para dizer que se defende o futebol juvenil aplicando depois estas medidas que não são as mais correctas, prejudicando os nossos jovens e até as nossas selecções, já que os planteis destes clubes têm uma quantidade exagerada de estrangeiros que "tapam" a entrada de valores portugueses. Transportando depois esta para outra realidade, do futebol sénior nacional, aqui temos uma panorâmica que também não nos orgulha muito. VEJAMOS: Em 1995/1996 a I LIGA, tinha no inicio da época 453 jogadores inscritos na FPF 271 portugueses, 84 estrangeiros, 98 naturalizados (42 dos quais naturais das ex-colonias) Em 2008/2009 estavam inscritos na I LIGA 416 jogadores 189 portugueses, 227 estrangeiros, Os números desta última época revelam também que estes jogadores estrangeiros eram oriundos de 36 paises. Outra ilação podemos retirar-se destes números e verifica-se que em 2008/2009 o número de estrangeiros subiu em mais do dobro no que se refere a 1995/96, sendo também de notar que o número de portugueses decresceu de forma significativa nesta última época, naturalmente. Quer dizer, pois, que a dependência do futebol português relativamente aos jogadores estrangeiros é cada vez maior e preocupante é o facto desta tendência começar a chegar ao futebol juvenil que alguns dizem querer defender. EU, NÃO VEJO ISSO. Estarei errado ? Veremos no futuro !

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