Estive na apresentação das ideias, com que o Dr. Fernando Gomes está a construir o seu Programa para a Federação Portuguesa de Futebol, na sessão realizada na AFL e destinada aos Clubes que disputam as Compeonatos Nacionais. Infelizmente estavam apenas 7 clubes representados e como sempre o FUTEBOL BENFICA respondeu presente. Benfica, Sporting, Belenenses, Estoril, Atletico e Torrense, marcaram também presença.
Estive e em defesa do futebol amador. É nestas alturas que se deve aparecer para discutir, apresentar ideias, defender a nossa dama. Se estivermos à espera que os outros olhem por nós estamos tramados. Os ventos sopram ao contário dos interesses dos clubes das divisões secundárias.
Ficou claro que o Programa daquela candidatura defende a extinsão da III Divisão Nacional, regionalizando dessa forma o futebol a este nível e recuando no tempo, regressamos assim ao longinquo ano de 1962, ou seja, os clubes disputam os regionais, apuram-se um determinado número para a 2ª fase, que se iniciará lá pra Março e os vencedores, na época seguinte, disputam a II Divisão Nacional. É o retrocesso do futebol em Portugal. É também a desconsideração em que este futebol é tido por quem está apenas interessado no futebol do negócio, como hoje é conhecido.
Por outro lado as equipas Bs são defendidas neste projecto com grande ênfase e tidas como portadoras da salvação do futebol nacional. É a balela do costume, isto é, vende-se esta ideia como sendo estas equipas a rampa de lançamento dos jovens jogadores ou como também se diz a protecção aos jogadores portugueses. Nada mais absurdo porque na verdade o que estará em causa quando a bola começar a rolar é o resultado do jogo e rápidamente são esquecidos os objectivos com que estas equipas foram criadas. É incrivel que sem mais nem quê se crie equipas Bs e num ápice essas mesmas ocupem de imediato a chamada actualmente Liga Orangina. Então e os clubes que por lá andam, com anos de história no futebol nacional, o que lhes sucede, baixam à II Divisão? Ou é alargado o Quadro desta Liga?
A teoria do costume. Na defesa de algumas ideias vão-se buscar exemplos do que se passa no estrangeiro. Estamos em Portugal. Devemos criar um modelo próprio de acordo com as nossas condições que tenham em consideração os aspectos económicos, sociais e a envolvência do movimento associativo. Mas nada disto está a ser feito, nem vai ser feito. Forma-se uma Comissão com pendor para o futebol profissional e apoio dos grandes clubes e assim se decide o futebol em Portugal.
A base será esquecida. A solidariedade entre a base e o pico da pirâmide continua a não existir, mas é a base que forma jogadores, treinadores, árbitros e dirigentes.
Apresentei doumentação e rebati algumas ideias. Fiquei com a convicção de que continuaremos a lutar com muitas dificuldades e que o futebol amador é uma peça a mais na estrutura do futebol nacional.
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