terça-feira, 24 de março de 2009

A CRISE DO FUTEBOL

Estive atento ao debate, sobre a crise do futebol, no programa "PROS E CONTRAS". Salvaram-se, em meu entender, algumas ideias apresentadas pelos representantes dos clubes,pois estes ao fim e ao cabo é que sabem as linhas com que se cosem, como soe dizer-se. Ouvi afirmações, sobretudo por parte dos jornalistas presentes, que venho ouvindo há já alguns anos ... um bom par de anos ...as quais por muito que custe a muitos não são exequiveis.Os homens que ali estavam em representação dos clubes sáo recentes na gerência dos mesmos, portanto nem se pode dizer que estão ultrapassados ou que estão há muito tempo à frente dos seus clubes, situação tantas vezes citadas pelos jornais e por meros espectadores do futebol. Obviamente que há pessoas que estão longe da realidade porque há situações que se entroncam umas nas outras, como me pareceu ser essa a explicação que o Dr Soares Franco quis dar. Por isso algumas criticas ou sugestões, apresentadas naquele programa estão mais que escalpelizadas, ou se quiserem vêm sendo escalpelizadas ao longo dos anos, mas as situações mantêm-se e hão-de manter-se porque por muitos argumentos que se utilize o problema e a crise do futebol português assenta apenas e só em dois vectores: económico e populacional. Naturalmente que um e outro vector têm correspondência, isto é, fraca densidade populacional logo fraco poder económico dos clubes. Portugal tem cerca de 10 milhões de habitantes. As cidades que "suportam" os nossos clubes da I LIGA,em termos populacionais,à excepção de Lisboa e Porto, têm um pouco mais de 100 mil habitantes, existindo um numero significativo muito abaixo das 100 mil pessoas, facto que tem implicações nas receitas e nas assistências. Há uns anos fiz um estudo sobre a massa associativa dos clubes (I LIGA), estabelecendo uma relação entre a população local e o número de sócios e cheguei à conclusão que a percentagem de associação rondava os 2%, ora isto explica de certa forma as diminutas assistências aos jogos. Evidentemente que existem outros factores determinantes que seria fastidioso estar a escalpelizar aqui. Evocar os preços dos bilhetes, os horários dos jogos, a falta de qualidade do espectáculo, a corrupção, a falta de transparência, a falta de competitividade, enfim, tudo isto se ouve há mais de 20 anos, como atrás já deixei explicito e há alguns senhores que têm soluções para tudo, mas por exemplo relativamente aos horários dos jogos é preciso perceber que para receber o dinheiro das televisões, que sem ele não era possível haver futebol profissional, os dias e os horários são determinados pelas televisões; da mesma forma que os preços dos bilhetes é também uma falsa questão, pois já tem havido clubes que aproveitando um evento qualquer até abrem as portas do Estádio e nem por isso ele ou eles se enchem; a competitividade é também outro tema que não é preciso recuar muito para observarmos que o campeonato português em termos de competitividade não fica a dever nada aos outros campeonatos da Europa basta que se analise os campeonatos que estão a decorrer;quanto ao resto o que acontece em Portugal é precisamente o que acontece em qualquer País da Europa. É só em Portugal que há ordenados em atraso?É só em Portugal que há arbitragens que deixam dúvidas? É só em Portugal que jogos não têm qualidade? Enfim muitas outras interrogações se poderiam fazer,mas a verdade é que não há nenhum País na Europa que tenha tantos programas durante a semana a se dedicarem ao futebol e a critica assenta sempre nos aspectos negativos, mesmo que eles não existem, procura-se desvirtuar os bons exemplos que existem. Em que País existem 3 jornais desportivos diários? Está tudo dito!

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