quinta-feira, 19 de março de 2009

É PRECISO TER LATA

No percurso da minha vida, para além de outras atribuições que me foram conferidas quer de âmbito social ou associativo, desempenhei funções sindicais. Fui durante um mandato de três anos sindicalista, na Comissão Sindical do Banco Totta & Açores. Antes de assumir aquelas funções, que desempenhei com grande empenho, aliás, o que sempre tenho feito nas tarefas que tenho desempenhado neste espaço de tempo que já vivi, participei em manifestações não autorizadas, portanto antes do 25 de Abril, quando o Sindicato dos Bancários dirigido pelo melhor sindicalista de todos os tempos, Daniel Cabrita - não quero de forma alguma desconsiderar outros sindicalistas sobretudo o Carvalho da Silva - enfrentando a ditadura, teve o mérito de unir uma classe, na altura considerada previligiada, de desafiar o Poder Politico vigente, trazendo para a rua milhares de trabalhadores em defesa das suas legitimas aspirações. Foram tempos gloriosos do sindicalismo português esses que se viveram naquela época. O Sindicato dos Bancários foi um dos que fez parte da formação da CGTP-Intersindical Nacional, quer isto dizer que esta Central foi caldeada na luta contra a ditadura. Depois do 25 de Abril, conheci muitos revolucionários que não os vi tomarem posição na época em que foi necessário andar pela Rua do Ouro, Rua Augusta ou Rua dos Sapateiros a correr à frente da Policia para não ser atingido pelos bastões que a Policia usava para nos afastar. Passados estes anos todos aparece agora um Primeiro Ministro com um discurso semelhante ao daquela época, usando expressões como sendo os comunistas que instrumentalizam a Intersindical para estas acções. Falta sensibilidade democrática ao senhor Primeiro Ministro e falta-lhe reconhecer o papel da UGT desde que a mesma se formou e como se formou. Pergunte aos seus camaradas do PS como é que o Sindicato dos Bancários foi parar às mãos da UGT e a manobra que então utilizaram para se desfiliar da CGTP e transferir-se para a UGT. Isso sim é que foi instrumentalização e investimento que as forças à direita do Partido Comunista Português fizeram para ter uma organização que se opusesse aos legitimos interesses dos trabalhadores. A UGT e João Proença têm cumprido o seu papel de forma excelente, isto é, em Sede de Concertação Social , em principio aparentemente posiciona-se sempre contra qualquer medida, depois acaba por estar de acordo. Não há nenhuma medida que seja nociva aos interesses de quem trabalha que a UGT tivesse votado contra, Sócrates sabe bem disso, por isso usa a hipocrosia e ofende todos aqueles que mais n ão fazem do que defender os seus direitos. UGT e SOCRATES é tudo a mesma coisa.

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