GALERIA DE CAMPEÕES
UMA FAMOSA EQUIPA DO CLUBE
Deslocou-se a Bruxelas e a Vigo em 1949, vencendo o Torneio nesta cidade espanhola
Conta a crónica da época que foi recebida apoteoticamente na Estação do Rossio (viajou de comboio), no regresso de Bruxelas, por uma falange enorme de sócios e apoiantes, com bandeiras e em caravana de automóveis circularam no Marquez de Pombal e seguiram para Benfica.
Aqui está outra famosa equipa do Clube, de Hóquei Patins, que entre os vários títulos conquistados, contam-se 4 campeonatos nacionais.
NO FUTEBOL, Jorge Marques da Pastora, conta-nos esta história
RECORDANDO –Uma vitória das antigas
Por Jorge Marques da Pastora
Quando, passados muitos anos, em que se viveram intensamente os bons e maus momentos a que se sujeita, quem, com entusiasmo e dedicação assume o encargo de ser dirigente desportivo, apetece recordar alguns desses momentos, em que uns e outros se misturam, numa síntese que nos proporcionou, depois de momentos desagradáveis, um dia reconfortantemente feliz.
Assim, recordamos aqui momentos vividos numa deslocação da nossa equipa de futebol ao União de Santarém, que naquele tempo se apresentava como potencial candidato ao primeiro lugar da respectiva série, quando o Futebol Benfica ainda militava na II divisão nacional de futebol.
Tratava-se de uma deslocação difícil, para a qual os jogadores haviam sido convocados com antecedência. Programada a viagem em autocarro com partida do nosso campo às 7,30, este passaria por diversos pontos da cidade para facilitar os não residentes em Benfica.
Acontece, por se tratar duma saída bastante cedo e na véspera ter sido sábado, a maioria se havia deitado tarde, ou pura e simplesmente esquecido da convocação
Calcule-se agora a ansiedade e o desespero dos Directores, quando o autocarro ao percorrer os locais combinados, os encontravam desertos. Só muito tarde conseguimos reunir os 11 jogadores, incluindo alguns suplentes, e lá partimos a caminho de Santarém, adivinhando a pesada derrota que certamente nos caberia naquela tarde. Dada a hora a que chegamos e a proximidade do jogo, não seria possível almoçar.
Por fim, lá conseguimos - o que não foi fácil – contentá-los com algumas sandes e frutas, tudo regado com água mineral.
Só o Zé Maria, rapaz atarracado de tez morena, não deixava transparecer nos seus gestos lentos e falas mansas, a força interior que o caracterizava. Jogava no Barreirense quando a Pátria o chamou a prestar o seu serviço militar no quartel da Pontinha, onde 9º Tenente Ilídio descobriu aquele seu recruta e tratou de o trazer para o Futebol Benfica.
Mas, até se compreende a obstinação do rapaz por aquele almoço com que tinha sonhado. É que o Zé Maria, longe da família sujeito toda a semana ao rancho – que naquele tempo não abria o apetite a ninguém - não o queria perder por nada da vida.
Só quando viu os colegas equipados se resolveu jogar. E que grande jogo ele fez, o Zé Maria! Jogando a avançado-centro e servindo-se da velocidade que era um dos seus melhores atributos, mimoseou o União com dois excelentes golos e deu-nos uma saborosa e inesperada vitória, premiada no fim do jogo com uma salva de palmas do povo sacalabitano (que aqui para nós, tanto premiava a nossa exibição, como castigava os seus jogadores)
E depois? Depois foi o jantar prometido, num bom restaurante de Santarém num ambiente de incontida euforia como é de calcular.
(Boletim do Clube nº 5 de 1988)
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