GERAÇÃO Á RASCA OU GERAÇÕES À RASCA?
Com a manifestação de Sábado, na qual eu também estive a apoiar, calmo e sereno, sem grande exultação, porque ao olhar para aquela gente, â medida que iam passando por mim, interrogava-me sobre o efeito ou consequências que poderia provocar na governação do País tanto clamor e insatisfação.
Não tenho, nem nunca tive repugnância ou escárnio a manifestações quando se trata de reivindicar boas coisas, sobretudo, para quem precisa de trabalhar e para quem vive da força do seu trabalho. Pelo contrário, não digo que tivesse participado em todas, mas não andarei longe da verdade se disser que em termos percentuais, o meu registo de participação rondará os 90%. Já antes da restauração da democracia, pelo menos quando isto começou a aquecer, a partir de 1970, estive em todas organizadas pelos bancários. Portanto que não subsista qualquer dúvida a respeito da minha militância sobre esse aspecto.
Contudo, este mar de gente provocou-me algumas interrogações. Qual a solução para tantos problemas que o País enfrenta? Substituir este governo por outro de igual matriz?
Foram as duas perguntas que mais assolaram o meu pensamento. Porquê? Porque se trata de uma manifestação de protesto - não deixa de ser importante - sem um objectivo pré-definido para problemas tão profundos como aqueles com que nos defrontamos. Complexa, a nossa situação, porque efectivamente neste Mundo globalizado dependemos daquilo que nos impõem de fora e não temos tido argumentos ou pelo menos vontade política para alterar seja o que for. Aceitamos tudo, por vezes até com a devida vénia, tão própria deste povo que para isso foi ensinado para se acobardar e aceitar tudo de bom agrado.
Somos servis, temos os piores números de analfabetismo da Europa, em contrapartida temos ainda hoje gente bem colocada em pontos, digamos estratégicos, que escrevem livros, dão entrevistas, fazem programas de televisão, defendendo, embora envergonhadamente, o 24 de Abril, quando muito do que hoje se passa neste País é ainda uma consequência de uma política produzida nesse período nebuloso da vida deste País.
Quando se fala em mudança de paradigma logo aparecem os senhores do capital a clamar que são coisas da esquerda.
Mas a verdade é que o que aí vem não inspira confiança, ou seja, Passos Coelho vai seguir o mesmo caminho e portanto piorar as já calamitosas condições de vida dos portugueses.
A Europa não tem solução, não consegue resolver os seus problemas económicos, os povos revoltam-se aqui e ali e portanto esta manifestação não resolvendo nada de imediato acabou por ser importante para engrossar o descontentamento que grassa pela Europa. Mas, ao dizer como digo no principio deste escrito, que esta manifestação não tinha um objectivo pré-definido, porque estou absolutamente convencido que uma boa parte daquela gente recusa totalmente uma viragem nas questões económicas/financeiras e um novo modelo de sociedade e sendo assim o efeito acaba apenas por ser psicológico, todavia, importante.
Não tenho, nem nunca tive repugnância ou escárnio a manifestações quando se trata de reivindicar boas coisas, sobretudo, para quem precisa de trabalhar e para quem vive da força do seu trabalho. Pelo contrário, não digo que tivesse participado em todas, mas não andarei longe da verdade se disser que em termos percentuais, o meu registo de participação rondará os 90%. Já antes da restauração da democracia, pelo menos quando isto começou a aquecer, a partir de 1970, estive em todas organizadas pelos bancários. Portanto que não subsista qualquer dúvida a respeito da minha militância sobre esse aspecto.
Contudo, este mar de gente provocou-me algumas interrogações. Qual a solução para tantos problemas que o País enfrenta? Substituir este governo por outro de igual matriz?
Foram as duas perguntas que mais assolaram o meu pensamento. Porquê? Porque se trata de uma manifestação de protesto - não deixa de ser importante - sem um objectivo pré-definido para problemas tão profundos como aqueles com que nos defrontamos. Complexa, a nossa situação, porque efectivamente neste Mundo globalizado dependemos daquilo que nos impõem de fora e não temos tido argumentos ou pelo menos vontade política para alterar seja o que for. Aceitamos tudo, por vezes até com a devida vénia, tão própria deste povo que para isso foi ensinado para se acobardar e aceitar tudo de bom agrado.
Somos servis, temos os piores números de analfabetismo da Europa, em contrapartida temos ainda hoje gente bem colocada em pontos, digamos estratégicos, que escrevem livros, dão entrevistas, fazem programas de televisão, defendendo, embora envergonhadamente, o 24 de Abril, quando muito do que hoje se passa neste País é ainda uma consequência de uma política produzida nesse período nebuloso da vida deste País.
Quando se fala em mudança de paradigma logo aparecem os senhores do capital a clamar que são coisas da esquerda.
Mas a verdade é que o que aí vem não inspira confiança, ou seja, Passos Coelho vai seguir o mesmo caminho e portanto piorar as já calamitosas condições de vida dos portugueses.
A Europa não tem solução, não consegue resolver os seus problemas económicos, os povos revoltam-se aqui e ali e portanto esta manifestação não resolvendo nada de imediato acabou por ser importante para engrossar o descontentamento que grassa pela Europa. Mas, ao dizer como digo no principio deste escrito, que esta manifestação não tinha um objectivo pré-definido, porque estou absolutamente convencido que uma boa parte daquela gente recusa totalmente uma viragem nas questões económicas/financeiras e um novo modelo de sociedade e sendo assim o efeito acaba apenas por ser psicológico, todavia, importante.
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