sábado, 26 de março de 2011

MAIS HISTÓRIA ... MAIS VIVÊNCIA


GALERIA DE CAMPEÕES
TRÊS GRANDES ATLETAS DO FUTEBOL BENFICA


O MELHOR DE SEMPRE

Francisco de Carvalho “O Chiquinho”
                                                     Por Jorge Marques da Pastora

No número 4 do mês de Agosto, deste Boletim, publica-se uma entrevista com o antigo futebolista do nosso Clube, Mário Amorim, ou simplesmente, “O Marinho” como nos primeiros anos da sua presença em Benfica, era conhecido.
Nela se  tecem elogios à vida do atleta e do homem.  Foi um acto justo porque esse rapaz foi um elemento de mérito.
Mas, com essa entrevista, veio-nos à memória a recordação de outros bons futebolistas, que ao longo dos cinquenta e cinco anos de vida do Futebol Benfica, defenderam as suas cores.
Lembramos por exemplo: o Xavier do Benfica, o Varela (internacional do Sporting), ou o João dos Santos, do Belenenses, para só lembrar três dos mais antigos, que vindos da primeira divisão, jogaram no nosso clube.
Mas também vimos rapazes criados em Benfica ou no Futebol Benfica, jogar nos grandes clubes.
No entanto, outros com boas condições para integrarem equipas de nomeada preferiram o seu clube de sempre, onde começaram, sempre estiveram e acabaram.
Entre estes um se destacou e foi o melhor de entre todos. Estamo-nos a referir a FRANCISCO DE CARVALHO, “O Chiquinho”.
Rapaz de feitio modesto, de irrepreensível conduta como homem e como atleta, o Chiquinho foi sempre indiferente a palmas e elogios. Alegre, despretensioso, amigo de colegas e adversários que o admiravam, com uma maneira muito sua de estar na vida como no desporto, ele foi efectivamente um atleta de eleição.
Revelando desde muito novo uma aptidão inata para o desporto, o que lhe permitia praticar qualquer modalidade, desde o basquete ao futebol, passando pelo hóquei em campo ou patinado, sempre nas categorias principais, foi ao futebol que mais se dedicou, alinhando aos 17 anos na primeira categoria do Futebol Benfica.
Senhor duma técnica apurada e duma visão lúcida de jogo, Chiquinho era o jogador para quem jogar só por jogar não tinha interesse, mas jogar bem era tudo.
A bola, que ele tratava por tu, quer a grande ou a pequena de pingue-pongue, que também praticava nos momentos de lazer, fascinava-o, e ele dominava-a com laivos de artista.
Deste modo, não surpreende que dos grandes clubes como o Benfica, o Sporting e já no fim da sua carreira o Belenenses, lhe tenham surgido convites para alinhar nas suas equipas.
Mas ele sempre indiferente a títulos ou honrarias, nunca quis usar as asas que possuía para mais altos voos.
Convocado para os treinos da selecção que haveria de bater a Espanha por 4-1, ovacionado a cada passo pelos inúmeros mirones que assistiam ao treino, logo surgiu a convocatória para um segundo treino. Mas o Chiquinho não compareceu. Instado por Directores e amigos para que não perdesse o ensejo de vestir a camisola das quinas, ele respondia displicentemente: A selecção é para outros e acrescentava ironicamente: Eles conhecem-se.
Para compreender a sua maneira de estar no desporto, ( ou talvez não!) conta-se aqui um episódio de que o Chiquinho  foi protagonista.  Decorria um encontro de futebol entre a nossa equipa e a da Alhandra. O Chiquinho que nunca desejara capitanear a equipa, fê-lo nesse dia. Mas de cada vez que o árbitro assinalava uma falta, ele lá estava junto do homem do apito tentando dar a sua opinião. Até que o juiz da partida considerando uma ingerência injustificada no seu trabalho, lhe apontou o caminho das cabines.
O Chiquinho sem contestar tal decisão, iniciou o caminho que lhe fora apontado. Só que a meio, voltou atrás e abeirando-se do árbitro despiu a camisola, atirou-lhe com ela acima, e calmamente reiniciou o caminho para as cabines.
Pasmadas com tão insólita atitude, as pessoas quiseram saber a razão dela. O Chiquinho respondeu: É que assim, aquele árbitro não mais se esquecerá que há um clube que se chama CLUBE FUTEBOL BENFICA.
Era assim com esta filosofia muito sua, que ele encarava o desporto, ao qual deu muito das suas enormes potencialidades de atleta ecléctico, que começou e acabou a sua carreira como o melhor futebolista de sempre, que vestiu a camisola do FUTEBOL BENFICA.
(Publicado no Boletim do Clube nº 9 de 1989)



DOIS CAMPEÕES DO MUNDO
CURRICULO  DESPORTIVO INVEJÁVEL

Revestiu-se de um retumbante êxito estas homenagens de duas das maiores personalidades do hóquei nacional.

E COMO O CLUBE ESTÁ SEMPRE EM MOVIMENTO EIS MAIS UM ENCONTRO ENTRE ANTIGOS ATLETAS O QUE É SEMPRE SALUTAR
 


MAIS UM APONTAMENTO. MAIS UM MOMENTO DE FUTEBOL BENFICA
Em EVORA, outro relato extraordinário de emoção. Á chegada do autocarro, ao Estádio do Juventude de Évora,  que transportava a equipa, muito tremulo e de idade já avançada vejo um sujeito que procurava ansiosamente chegar à palavra com alguém. Um jogador da equipa apontando para mim informou que o Presidente era eu e tal como já me tinha acontecido em Aveiro, este antigo atleta do Clube transportava consigo uma fotografia da equipa que ele fizera parte. Tratava-se de uma fotografia também já muito antiga, do campo, chamemos antigo, onde se via a igreja e lá me indicou quem era naquele grupo da década 30/40. Vivi tal como ele um momento de muita felicidade, ele porque encontrou alguém do Clube ao qual também esteve ligado  durante muitos anos e sentia orgulho nisso e eu porque vi mais uma vez o espírito, a alma do Futebol Benfica, ali representada num ex atleta que apesar dos anos não se esqueceu do que fora a vivência neste Clube. Emoção… Claro!

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